A vida humana é cheia de surpresas,
de altos e baixos. Um dia estamos felizes. No outro, a tristeza nos chega
porque perdemos o emprego, o salário não aumentou, a tarifa do ônibus subiu de
preço.
Sentimo-nos tristes porque queríamos
assistir a uma peça de teatro e não conseguimos o ingresso. Programamos um belo
passeio no final de semana e a chuva resolve aparecer, com todo seu vigor,
acabando com nosso programa.
Por todas estas coisas e outras
tantas, muitas vezes nos queixamos da vida e nos sentimos cansados de viver.
Seria interessante que pensássemos um
pouco a respeito do valor extraordinário da vida, do presente maravilhoso que é
viver.
A respeito, encontramos um belo poema
que diz mais ou menos assim:
Se, por um instante, Deus se
esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de
vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente pensaria em
tudo o que digo.
Daria valor às coisas, não pelo que
valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a
cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria quando os demais parassem.
Acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e
saborearia um bom sorvete de chocolate.
Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de
vida não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes: "Te amo, te amo,
te amo."
Convenceria cada mulher e cada homem
que são os meus favoritos e viveria enamorado de amor. Aos homens, lhes
provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando
envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar pela vida.
A uma criança lhe daria asas. Mas
deixaria que aprendesse a voar sozinha.
Aos velhos ensinaria que a morte não
chega com a velhice, mas com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês,
homens.
Aprendi que todo mundo quer viver no
cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir
a escarpa.
Aprendi que quando um recém-nascido
aperta, com sua pequena mão, pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem
prisioneiro para sempre.
Aprendi que um homem só tem o direito
de olhar um outro, de cima para baixo, para ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude
aprender com vocês. Ah! Se Deus me desse um pedaço de vida.
* * *
Viver no mundo é experiência
inigualável. A cada dia, durante vinte e quatro horas, se renovam as
oportunidades de progresso e felicidade.
Perceber que elas nos são colocadas,
diariamente, para o aprendizado do amor, o exercício do bem e o crescimento
individual, cabe a cada um.
Comecemos observando o sol a
despontar e pensemos que Deus está a nos brindar, neste dia, com a bênção da
vida para que possamos, outra vez, experimentar o convívio com nossos irmãos, o
aprendizado intelectual que nos engrandece e, especialmente, a chance de ser
feliz.
Redação do
Momento Espírita, com texto de Gabriel Garcia Marquez, segundo uma fonte, de
Johnny Welch, segundo outra, ambas disponibilizadas na Internet.
Em 06.06.2012.
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