Essa brincadeira é uma das brincadeiras mais
antigas já conhecidas. É uma brincadeira bastante atual ainda e que se
caracteriza pelo ato de confeccionar uma pipa com linha, madeira e papel e
colocá-la para voar, tendo somente o vento como recurso. É uma das brincadeiras
prediletas dos meninos, pois com a pipa eles podem fazer malabarismos e
direciona-las no céu.
O esconde-esconde também é uma das brincadeiras
mais conhecidas e antigas do mundo. Muitas pessoas podem brincar e se divertir
ao mesmo tempo. A brincadeira consiste em escolher uma criança para que conte
até um determinado número enquanto as outras crianças se escondem do contador.
Após chegar ao número determinado, a criança que estava contando terá que achar
as outras crianças, até encontrar todas. É uma brincadeira muito divertida e
extremamente saudável.
O estilingue é um objeto feito com madeira e
borracha. Muitos meninos brincam com o estilingue com uma pedra, tendo como
objetivo acertar alguns alvos como pilha de latas, garrafas de plástico, entre
outros. É importante ressaltar que o estilingue não deve ser usado contra as
pessoas e nem contra animais.
É uma brincadeira mais jogada por meninos, mas
algumas meninas também gostam. É uma brincadeira que é feita com diversas
bolinhas de vidro coloridas. Cada criança possui uma quantidade específica de
bolinhas e possuem como objetivo atingir as bolinhas dos seus colegas,
acumulando pontos ou ganhando as próprias bolinhas dos adversários.
Brincar com boneca de pano é algo que as meninas
adoram. Muitas meninas esperam ganhar aquela boneca de pano feito pela sua mãe
ou pela sua avó, para que possam brincar de casinha ou de outras coisas. É
também uma brincadeira muito antiga que encanta as meninas até os dias de hoje.
- Se utiliza da fantasia ou ficção, misturando-as com a realidade dos fatos.
- Faz parte da tradição oral, e vem sendo contada através dos tempos.
- Usam fatos reais e históricos para dar suporte às histórias, mas junto com
eles envolvem a imaginação para “aumentar um ponto” na realidade.
- Fazem parte da realidade cultural de todos os povos.
- Assim como os mitos, fornecem explicações aos fatos que não são
explicáveis pela ciência ou pela lógica. Essas explicações, porém, são mais
facilmente aceitas, pois apesar de serem fruto da imaginação não são
necessariamente sobrenaturais ou fantásticas.
- Sofrem alterações ao longo do tempo, por serem repassadas oralmente e
receberem a impressão e interpretação daqueles que a propagam.
- Tem caráter explicativo ou simbólico.
- Relaciona-se com uma data ou com uma religião.
- Procura explicar as origens do mundo e do homem por meio de personagens
sobrenaturais como deuses ou semi-deuses.
- Ao contrário da explicação filosófica, que se
utiliza da argumentação lógica para explicar a realidade, o mito explica a
realidade através de suas histórias sagradas, que não possuem nenhum tipo de
embasamento para serem aceitas como verdades.
- Alguns acontecimentos históricos podem se
tornar mitos, desde que as pessoas de determinada cultura agreguem uma
simbologia que tornem o fato relevante para as suas vidas.
- Todas as culturas possuem seus mitos. Alguns assuntos, como a criação do
mundo, são bases para vários mitos diferentes.
- Mito não é o mesmo que fábula, conto de fadas ou lenda.
: A lenda de uma velha que aparece durante a noite
e pisa na barriga das pessoas que dormiram de estômago cheio, provocando nelas
falta de ar.
Algumas Lendas do Folclore
Justificativa:
Propiciar as crianças conhecer algumas brincadeiras folclóricas
tradicionais, buscando nas brincadeiras a dimensão do aprender
brincando.
Objetivo específico:
Estabelecer algumas relações entre o modo de vida característico de
seu grupo social e de outros grupos, identificar e compreender a sua
pertinência aos diversos grupos dos quais participam, respeitando suas
regras básicas de convívio social e a diversidade que os compõe.
Objetivos Gerais:
-Identificar e valorizar o folclore brasileiro;
-Resgatar brincadeiras folclóricas;
-Estimular e desenvolver o gosto pela música e danças da cultura popular.
-Vivenciar, a partir de jogos e brincadeiras, laços de companheirismo e vínculos afetivos;
-Desenvolver a organização e autonomia para o trabalho individual, em dupla e grupos.
-Sistematizar os conhecimentos sobre folclore
Conteúdos:
-Possibilitar à criança conhecer e comparar os diferentes grupos sociais e as suas diferenciações, suas tradições históricas.
-Interessa-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural
elaborando hipóteses, formulando perguntas, imaginando soluções para
compreendê-lo, manifestando opiniões próprias sobre os acontecimentos,
buscando e consultando diferentes formas de informações acompanhando
experiências e confrontando idéias.
-Participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras,
jogos e canções que digam respeito às tradições culturais de sua
comunidade e de outras.
Metodologia:
-Selecionar com as cças uma música e uma dança folclórica para realizar apresentação;
-Contar histórias diversas, lendas, parlendas, sobre folclore;
-Explorar as histórias, emitando personagens, sons, falas, etc, (Saci
Pererê, Boitatá, Boto, Caipora, Cuca, Curupira,Iara, Lobisomem,
Mantintapereira, Mula-sem-cabeça, Negrinho do Pastoreio, etc.
-Explorar as historias a partir de recursos como teatro de vara,
fantoche, historias em quadrinhos historia com interferência,
trabalhando com quantidade, vogais, noite e dia, partes do corpo,
textura, cores.
-Trava língua, Provérbios
-Construir mural;
-Comparar os personagens das histórias, local, tempo, diferenças, semelhanças, forma, tamanho, cores, etc..
-Surpreender as crianças com cartas ou bilhetes do Saci-Pererê,
-Escolher com as crianças algumas brincadeiras folclóricas para serem
realizadas ao longo do projeto; (que envolvam contagem, sons
diferentes, etc…)
-Realizar uma oficina de confecção de Pipa;
-Construir pés de latas para brincadeiras;
-Fazer cachimbo do Saci Pererê com massa de modelar ou argila
-Realizar tarde de danças e brincadeiras
BILBOQUE DE BOLITAS
Materiais: Duas garrafas pet, cinco bolitas, tesoura e fita adesiva.
COMO FAZER:1. Corte uma garrafa ao meio, 2.
Introduza as bolitas na garrafa não cortada, 3. Una as garrafas com fita
adesiva, colocando a parte inferior da garrafa cortada sobre a garrafa
inteira.
PETECA
MATERIAIS: Um saco de salgadinho vazio, tesoura, jornal e 20 cm de elástico.
COMO FAZER:1. Faça uma bola de jornal tamanho
pequeno, 2. Introduza a bola de jornal no saco de salgadinho, 3. Amarre o
elástico procurando deixar a base arredondada. 4. Picotar a parte
superior do saco (como um penacho).
BOLA DE MEIA
MATERIAIS: Um pé de meia (nylon), jornal e tesoura.
COMO FAZER:1. Faça uma bola de jornal, 2. Introduza
no pé de meia, 3. Procure dar formas arredondadas à bolinha, 4. Dê um nó
próximo à bolinha, 5. Corte o excesso.
Quando e onde apareceu a palavra Folclore?
Fonte:
Folclore Brasileiro

No dia 22 de agosto de 1846, em Londres, foi criada pelo
arqueólogo inglês, William John Thoms que a propôs à revista ‘The
Atheneum’, para designar os registros dos cantos, das narrativas, dos
costumes e usos dos tempos antigos. Thoms escolheu duas velhas raízes
saxônicas: ‘Folk’, que significa povo, e ‘Lore’, saber formando assim
‘Folk-lore’, sabedoria do povo.
Com o decorrer do tempo, as duas palavras foram grafadas sem o
hífen, formando uma só: Folklore, como foi usada no Brasil, até que a
reforma ortográfica suprimiu a letra ‘K’, substituída, no caso, pela
letra ‘C’, derivando a forma Folclore.
O que é o povo?

A palavra povo, que usamos a toda hora, precisa ser bem compreendida,
pois tem diversos sentidos, de que salientaremos os principais:
Povo é a gente que, embora, de várias raças, possui um modo de vida
comum e habita um mesmo território. Confunde-se com a idéia de nação.
Assim nós falamos do povo brasileiro, do povo francês ou do povo alemão.
Assim dizemos que os deputados são os representantes do povo. Povo pode
ser também uma aglomeração de gente, quando se diz que havia muito povo
numa festa ou numa manifestação.
E, por fim, povo é a gente que
pertence às camadas menos favorecidas, econômica, social e
culturalmente, da sociedade, por exemplo, quando se diz que o povo fala
errado. Neste último sentido, é que entendemos povo (em inglês folk) na
concepção do folclore, a sabedoria do povo.
E a expressão se usa
também para indicar os grupos em estado mais simples e natural, de vida
rudimentar. Os nossos índios, por exemplo. Também estes nos interessam,
pois muitos autores os fazem portadores de Folclore.
O que é sabedoria do povo?

É tudo quanto o povo faz, pensa e sente.
É a cultura do povo,
cultura de folk, variável em suas manifestações conforme a herança de
conhecimentos transmitida pelas gerações anteriores.
É o comportamento, a atitude do homem diante de um fato, de uma pessoa, de um animal.
Esse comportamento resulta de um conjunto de crenças e práticas que se ligam às atividades, às técnicas, às normas sociais.
Qual é o conteúdo da sabedoria do povo?
O Folclore, sendo a sabedoria do povo, a cultura do povo, abrange
todos os campos da vida humana, incluindo seus mitos e lendas, suas
estórias, parlendas, adivinhas e provérbios, seus contos e
encantamentos, suas juras, pregões, xingamentos e gestos, e também suas
danças, seus teatros, suas artes, seus instrumentos e cantigas, suas
festas tradicionais, suas crenças e crendices, sua magia, seus tabus e
superstições, sua medicina, seus rezadores e benzedores, suas trovas,
desafios e romances, suas orações, seus brinquedos e seus jogos, suas
técnicas populares, suas rendas, bordados, trançados e cestarias, e sua
cozinha.
Onde está o Folclore?

Está e se desenvolve entre o povo e nas sociedades naturais, como
entre índios, esquimós, pigmeus, aborígines. Mas não permanece nesses
meios, sobe também A sociedade, influi nas camadas eruditas e ainda se
projeta, como inspiração, nas letras e nas artes.
Como influência do Folclore nas camadas eruditas, podemos citar,
dentre outras manifestações, as superstições (pessoais ou de classes,
como as dos jogadores – de futebol e de carta – motoristas. aviadores,
etc.), ora praticadas publicamente, ora em reserva. Entre as que não
impõe qualquer pejo ao portador, destacamos o horror ao número 13, às
sextas-feiras, ao gato preto, à coruja, o bater em madeira quando
nomeadas certas pessoas que acredita dêem azar, fazer figa contra
mau-olhado, entrar com o pé direito na sala de aula em dia de exame, em
avião, etc. Afora as superstições, que são incontáveis, vicejam
francamente na sociedade práticas religiosas de cunho fetichista
(homenagens à Iemanjá, doces de São Cosme e Damião e uso intensivo de
talismãs e amuletos).
Como fonte inspiradora, têm o Folclore vivificado obras
literárias e artísticas. O movimento da revalorização da cultura popular
teve início no começo do século passado, com o romantismo, e, assim,
velhos temas musicais motivaram sinfonias e concertos, e as estórias, ou
usos e costumes, incorporados a romances e ensaios. Além do emprego
desses contos e melodias na literatura e na música, os estudiosos
pesquisaram as suas raízes, os caminhos e meios de transmissão,
chegando, por vezes, a marcar como seus antepassados raças muito antigas
e já hoje extintas.
No Brasil, o aproveitamento do Folclore começou no século
passado em obras de José de Alencar e Gonçalves Dias, na música de
Alexandre Levy e Alberto Napomuceno, que brilhantes nomes do século XX
iriam continuar. Também as artes plásticas, o teatro e cinema se voltam
para essa fonte de beleza inesgotável.
Como saber se um fato é folclore?

O fato folclórico tem uma série de características próprias:
A) A primeira é o anonimato, isto é, não tem autor conhecido.
Naturalmente tudo tem um autor, foi feito por alguém, pela primeira vez,
mas o nome desse alguém, desse autor, se perdeu através dos tempos,
despersonalizando-se, assim, a autoria. A estória de Dona Baratinha que
se considerou muito rica ao encontrar um vintém e, por isso, saiu à
procura de quem com ela desejasse casar-se – nos parece, pelos seus
elementos, essencialmente brasileira, pois o noivo é o nosso conhecido
João Ratão, que no dia do casório, por gula, morre num caldeirão que
continha nossa feijoada. Mas já havia sido registrada em uma coleção de
estórias da Índia, há quase dois mil anos. Quem foi seu autor? Ninguém
sabe. E quem inventou os brinquedos de roda com suas cantigas, as
danças, as adivinhas, as trovas, os ditados? Quem disse, pela primeira
vez: quem quer vai, quem não quer manda?
B) A segunda característica é a aceitação coletiva, é a
aceitação do fato pelo povo e é essa aceitação que despersonaliza o
autor. O povo, aceitando o fato, toma-o para si, considerando-o como
seu, e o modifica e o transforma, dando origem a inúmeras variantes.
Assim, uma estória é contada de várias maneiras, uma cantiga tem trechos
diferentes na melodia, os acontecimentos são alterados e o próprio povo
diz: “Quem conta um conto acrescenta um ponto”. A mesma coisa acontece
com as danças, os teatros, a técnica. Tudo pode ser modificado, porque o
povo dança, mas suas danças não têm regulamento, não são codificadas,
tanto pode o conjunto de dançadores dar três voltas como apenas uma, a
indumentária tanto pode ser rica e colorida como simples e ingênua. Há,
contudo, uma certa estrutura que determina aquela dança, aquela estória,
aquela indumentária, aquela cerâmica e as modificações não invalidam o
modelo.
C) A terceira característica é a transmissão oral, isto é, a
que se faz de boca em boca, pois os antigos não dispunham de outros
meios de comunicação. Não havia imprensa, não havia, portanto, nem
livros, nem jornais, todos os conhecimentos eram transmitidos oralmente.
Essa forma de transmissão, a oral, ainda persiste em meios primitivos e
no interior de nosso país, nos povoados distantes, nas vilazinhas
esquecidas, nos bairros longínquos. Só se aprende, nessas
circunstâncias, por ouvir dizer e, no que se refere à técnica, feitura
de aparelhos rudimentares, de rendas, de trançados, se aprende também
por imitação, dispensado, muitas vezes, o ensinamento oral.
Na transmissão oral vive toda a história daquele grupo, daquele povo,
e, em qualquer das modalidades particulares (lendas, contos com
preceitos morais e normas de procedimento, narrativas imaginosas sobre a
natureza e o sobrenatural, cantos, provérbios, parlendas, adivinhas,
brinquedos, poesia, etc.) em conexão com o objetivo, facilita a
apreensão e a conservação. A aquisição do conhecimento dá a cada qual a
possibilidade de difundi-lo, de propagá-lo, cabendo, evidentemente, aos
bem dotados, a responsabilidade maior nas cantorias, nas danças e nas
técnicas, que se fixam pela prática freqüente, comunicação do exemplo e
imitação espontânea.
D) A quarta característica é a tradicionalidade, não no sentido de
um tradicional acabado, perimido, coisa passada, sem vida, mas de uma
força de coesão interna que define o modelo do conglomerado, da região,
do povo, e lhe dá uma unidade. Sem se poderem valer de outros
expedientes, como professores, escolas, imprensa, as pessoas do povo se
valem da tradição, veiculada pela transmissão oral, a fim de resolver
suas situações, buscando na lição vinda do passado o que precisam saber
no presente, já que suas possibilidades as endereçam mais A sabedoria
constituída que à inventiva. A tradição, que é o modo vivo e atual pelo
qual se transmitem os conhecimentos, não ensinados na escola, rege todo o
saber popular, seja o desenvolvimento de um jogo, de uma dança, de uma
técnica, seja uma atitude ante qualquer agente que exija definição de
comportamento.
Essa força, que age no sentido de garantir a permanência dos
valores de uma cultura, não segue seu destino nem cumpre sua missão sem
lutas e empecilhos. Elementos de outras culturas a submetem a pressão, e
isto provém de não ser absolutamente fechado o campo da cultura, antes,
é um campo aberto onde se agitam as influências do próprio meio e as
externas. Somente a inércia poderá retardar essas modificações, mas a
cultura é viva, é dinâmica, e sofre evidentemente, impacto em todos os
setores.
E) A quinta característica é a funcionalidade. Tudo quanto o
povo faz tem uma razão, um destino, uma função. O povo nada realiza sem
motivo, sem determinante estritamente ligada a um comportamento, a uma
norma psico-religiosa-social, cujas origens talvez se perderam nos
tempos. A dança, por exemplo, não é apenas uma repetição de gestos com
feição harmoniosa.
Inicialmente teria tido um destino, seja decorrente de rito
religioso, seja de cerimônia do grupo, e, assim, deve ser vista como
pane de um todo, da cultura do povo, é uma expressão a ser analisada
como integrante de um contexto.
Por que o povo canta? Canta para
rezar, canta para adormecer a criança, canta para trabalhar, canta para
festejar as colheitas e os acontecimentos, canta para ajudar a morrer e
para enterrar seus mortos. Mas não dão concertos, recitais, audições
como os eruditos; as suas festas têm épocas marcadas, com seus cantos e
danças próprias. Assim, o Natal é comemorado com grupos de Pastorinhas,
Bailes Pastoris e Folias de Reis; o Bumba-meu-boi aparece em datas
distintas, variando conforme a região; Congadas e Moçambiques louvam a
Senhora do Rosário e São Benedito, e ainda as Danças de São Gonçalo e de
Santa Cruz, com destino certo.
Devemos estudar o folclore?

Sim, o estudo do Folclore é o estudo da própria alma de um país, é o
estudo do modo de ser da gente do povo, das suas maneiras de pensar, de
agir e de sentir, é o estudo da feição nacional nas suas bases mais
profundas e mais características. É a cultura de folk, é a mentalidade
do povo, é a lição que nos vêm transmitida através das gerações, como
todo saber empírico das gentes humildes que lastreiam a formação da
nacionalidade, para a qual, no Brasil, contribuíram portugueses, índios e
negros, cada um com seus usos, práticas e costumes.
Essa sabedoria não é uniforme, não é igual em todo o
território, variando de um Estado para outro, pois sofre o impacto das
heranças étnicas (As quais se juntam as contribuições de outras raças
vindas com as correntes imigratórias) e das influências do meio,
consideradas as exigências que as condições fisiográficas impõem ao
homem, imprimindo normas e práticas indispensáveis à sua sobrevivência.
Variam, assim, os modos de ser das gentes da beira-mar, do planalto, da
montanha e do sertão, quer nos tipos de moradia, de alimentação, de
técnica, quer na feição espiritual. Não se viverá ao sul do país com o
temor do boto, nem ao centro sob o encanto da sereia, nem na praia se
cultuará o Rei da Mata. O lavrador se cercará de crendices e
superstições para o bom êxito de suas lavouras, outras serão as do
pescador, do boiadeiro, do tropeiro, do garimpeiro.
Se não conhecemos a mentalidade do povo, toda reforma ou
regulamentação em qualquer setor da vida humana será vazia e sem
possibilidade de êxito. No campo da medicina, da religião, da
agricultura, da técnica, ou em qualquer outro, a sementeira germinará se
anteriormente o terreno foi estudado, conhecido, preparado.
Posição do folclore como ciência.
Não sendo esta mesa redonda destinada exclusivamente a
especialistas, mas, ao contrário, aberta a todos quantos desejarem
dialogar conosco sobre Cultura Popular, parece-nos que a primeira tarefa
a enfrentar será colocar os problemas nos seus devidos lugares. Arrumar
as idéias. Porque, na verdade, há um grande equivoco nacional em torno
do que seja folclore, sua importância, utilidade, e posição como
ciência.
Pensamos que, só assim, partindo de uma base objetiva e
fecunda, será possível atingirmos entendimento maior sobre alguns
aspectos que vão ser hoje aqui debatidos e examinados.
A velha palavra Folk-lore, que William John Thoms criou no
século passado para designar o estudo das antiguidades populares,
desgastou-se, corrompeu-se, adulterou-se através do tempo e do espaço.
No Brasil, principalmente, a palavra folclore prostituiu-se. Isto é,
chegou ao fim de sua vida mundana e inconseqüente.
Folclore, para a grande maioria brasileira, inclusive
intelectuais de outras áreas de estudo, é hoje sinônimo de curiosidade,
passatempo, coisa pitoresca, banalidade, sem-vergonhice. E essa
distorção se justifica, de certa forma, por se falar demais sobre vários
aspectos da cultura popular e muito pouco sobre folclore como ciência.
Observe a nossa imprensa sensacionalista, a televisão, o rádio e o
cinema. Todo mundo faz folclore. Todo mundo é folclorista. L. C.
Cascudo passou cinqüenta anos estudando e escrevendo livros para ser
chamado de folclorista. Entretanto, qualquer jovem que saiba acompanhar
modinhas ao violão e recitar poemas matutos já se considera folclorista.
Cremos que compete aos professores, aos especialistas, aos
estudiosos responsáveis desencadear uma campanha de esclarecimento sobre
a importância do folclore como ciência. E é nesse sentido a nossa
modesta exposição de hoje.
Não se discute mais que a posição do Folclore, como ciência, é
na grande árvore da Antropologia – a ciência do Homem e da Cultura. Mais
precisamente naquele ramo da Antropologia que estuda as criações
humanas, isto é, a Cultura. Por isso, a sua posição exata é ao lado de
outros aspectos da Antropologia Cultural, como a Arqueologia, a
Antropologia Social, a Lingüística etc. É assim que Clayde Kluckhohn
situa o Folclore, embora o restringindo à coleta e análise dos dramas,
músicas e lendas populares. Seu campo, todavia, é bem mais vasto,
atingindo toda a massa de conhecimento que recebemos oralmente dos
nossos antepassados.
Dizia um escritor, com toda propriedade, que uma parte de nós
mesmos vive na idade moderna, enquanto a outra parte vive nos tempos
medievais ou mesmo grego. Com isso, ele queria significar que todos nós
carregamos um acervo imenso de conhecimentos, costumes, usos, idéias
legados pelos antigos, desde os elos mais remotos da vida humana. E é a
esse acervo que chamamos de Folclore, embora outros autores prefiram a
denominação de Cultura Popular.
Todavia, se o Folclore é um ramo da Antropologia, o seu estudo
tem de estar ligado rigorosamente à etnia brasileira e à formação de
nossa cultura. Sem o seguro conhecimento da formação do homem e da
cultura portuguesa, por exemplo, não se pode entender a cultura
brasileira. Como igualmente não se entende o folclore brasileiro sem o
estudo dos povos sudaneses e bantos. E nem a contribuição indígena à
nossa cultura sem os fundamentos da indiologia americana e brasileira.
O folclore do norte e do nordeste brasileiro, por exemplo, só
se explica através da contribuição destes três elementos: o português, o
negro e o índio. Como no sul do País, sem o conhecimento desses mesmos
grupos e, mais, dos colonizadores italianos, alemães, japoneses,
sírio-libaneses e outros, nada se pode entender do folclore brasileiro
naquela área.
Vejam então como é complexo o problema: A cultura popular está
diretamente vinculada ao estudo profundo da cultura de todos esses
elementos formadores de nossa nacionalidade.
Dai a conclusão a que desejamos chegar e para a qual chamamos a
atenção dos estudiosos presentes: Ninguém pode ser considerado
folclorista sem ter tido antes uma rigorosa formação como antropólogo
cultural. O folclore é uma especialização dentro do vasto campo da
Antropologia. Não se entenderia, por exemplo, que alguém se intitulasse
oftalmologista sem ter antes se formado em Medicina.
No dia em que os homens responsáveis chegarem a um entendimento
maior, a cultura popular brasileira será encarada com muito maior
seriedade e os folcloristas de rádio e TV serão banidos para sempre.
Amém!
Como pode o folclore ser utilizado na escola?

Muitas ciências e disciplinas e artes estão intensamente ligadas ao
Folclore, e, assim, a escola primária dele pode e deve servir-se, como
excelente meio de transmissão de conhecimentos, ao mesmo tempo em que
revelador da cultura do povo.
A sua maior aplicação será no setor de
Linguagem oral e escrita,
com a amplitude dos contos, nos objetivos éticos, morais e estéticos a
serem por meio deles atingidos. A Criança é conduzida a um mundo de
fantasias, no qual o espírito repousa e se encanta. O conto é um veiculo
educativo, usado nas mais antigas civilizações e do mesmo modo entre os
povos naturais, para realce dos feitos dos seus heróis e das virtudes
de seus antepassados. Os provérbios, que representam uma condensação de
sabedoria, as adivinhas, que são testes de conhecimentos, as parlendas,
os jogos, os brinquedos, recreiam, estimulam as relações sociais e
reafirmam a unidade grupal.
Na
História do Brasil, na Geografia e nas Ciências,
as lendas relativas à escravidão, mineração, bandeiras, heróis, os
tipos brasileiros e seus traços culturais, os ambientes em que vivem, as
serras e lagoas e mares com seus mitos, animais, vegetais e minerais.
Em
Matemática, inúmeras fórmulas e outras contribuições, em parlendas ou poesias e jogos;
no Desenho, Trabalhos Manuais, Artes e Artesanatos,
o uso do material local, com revalorização de seus usos e seus motivos
típicos ornamentais; na Música, as nossas melodias, ritmo e
instrumentos; ainda a dança e o teatro, com apresentações da beleza que
possuímos nesses campos.
O aproveitamento do Folclore no ensino fundamental é das mais
válidas contribuições, pela intenção formativa e pelo caráter de
nacionalidade que imprime.
No
ensino médio e no secundário, passa o
Folclore ao plano informativo, numa prospecção profunda da cultura, que
levará à conclusão consciente de que “toda cultura tem uma dignidade e
um valor que devem ser respeitados e protegidos; em sua fecunda
variedade, em sua diversidade e pela influência recíproca que exercem
uma sobre as outras, todas as culturas fazem pane do patrimônio comum da
humanidade”.
Na
Universidade, o Folclore deve ser estudado
como disciplina autônoma, através de suas implicações antropológicas,
sociais, psicológicas e estéticas, para o conhecimento, e profundidade,
da cultura popular.
No Brasil, é antiga a lição do aproveitamento do Folclore no
ensino. Já nas primeiras décadas de nossa vida, os jesuítas o aplicaram
com extrema sabedoria na catequese, utilizando as danças e os cantos
indígenas, e encenando seus autos. Anchieta, nosso primeiro mestre, nos
legou esse exemplo, nos campos de Piratininga.
Provérbios
Quem canta um conto lhe acrescenta um ponto’.
‘Quem diz o que quer, ouve o que não quer’.
‘Tanto morre o papa, como a que não tem capa’.
‘Filha de peixe sabe nadar’.
‘Mais fere a má palavra, que espada afiada’.
‘Amigo de bom tempo, muda-se com o vento’.
‘Homem honrado, antes morto que injuriado’.
‘Quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita’.
‘Quem boa cama fizer, nela se deitará’.
‘A fome é a melhor cozinheira’.
‘Não há pior cego que aquele que não quer ver’.
‘De grão em grão a galinha enche a papo’.
‘Há males que vem para bem’.
‘Quando a esmola é demais o santo desconfia’.
‘Casa de ferreiro, espeto de pau’.
‘Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe’.
‘Quem desdenha quer comprar’.
‘Santo de casa não faz milagre’.
‘Deus escreve direito por linhas tortas’.
‘A corda rebenta sempre do lado mais fraco’.
‘A ocasião faz o ladrão’. ‘Cesteiro que faz um cesto faz um cento’.
‘Amor com amor se paga’.
‘Só se atiram pedras em árvores que dão fruto’.
‘Quem vê cara não vê coração’.
‘Ri o roto do esfarrapado’.
‘Cada um puxa a brasa para sua sardinha’.
‘Quem dá aos pobres empresta a Deus’.
‘Quem dá o que tem a pedir vem’.
‘Cria fama e deita-te na cama’.
‘Quem ri por último, ri melhor’.
‘Não faças aos outros o que não queres que te façam’, etc.
Antiprovérbios
A fome é a maior desgraça. (A fome é a melhor cozinheira);
De grão em grão a galinha se cansa. (De grão em grão a galinha enche o papo);
Quando a esmola é demais, o santo gosta. (Quando a esmola é demais, a santo desconfia);
Cesteiro
que faz um cesto é preguiçoso. (Cesteiro que faz um cesto, faz um
cento); Quem dá aos pobres cai na miséria. (Quem dá aos pobres empresta a
Deus);
Quem ri por último é retardado. (Quem ri par último, ri melhor);
Quem cedo madruga, fica com sono. (Quem cedo madruga, Deus ajuda);
Após a tempestade vem os estragos. (Após a tempestade vem a bonança);
Quem o feio ama, não tem bom gosto. (Quem a feia ama, bonito lhe parece);
Mais vale um pássaro na panela que dois na mão. (Mais vale um pássaro na mão que dais voando);
Em boca fechada não entra comida. (Em boca fechada não entra mosquito).
LINGUAGEM CRIPTOLÓGICA
Linguagem do Gê
1) (gê) O (gê) ho (gê) mem (gê) é (gê) ve (gê) lho.
O homem é velho.
Linguagem do Pê
2) (pê) Deus (pê) é (pê) a (pê) ver (pê) da (pê) de.
Deus é a verdade.
Linguagem do Cê
3) (cê) Vo (cê) cê (cê) gos (cê) tou (cê) da (cê) mú (cê) si (cê) ca?
Você gostou da música?
Linguagem do Guê
4) (guê) 0 (guê) Bra (guê) sil (guê) 6 (guê) gran (guê) de.
O Brasil é grande.
Linguagem do Pô
5) (pô) O (pô) Se (pô) nhor (pô) é (pô) meu (pô) pas (pô) tor.
O Senhor é meu pastor.
Linguagem do Rê
6) (rê) Vo (rê) cê (rê) an (rê) da (rê) a (rê) pé?
Você anda a pé?
Linguagem do Bê
7) (bê) Os (bê) pá (bê) ssa (bê) ros (bê) vo (bê) am.
Os pássaros voam.
Linguagem do Tô

(tô) A (tô) u (tô) ni (tô) ão (to) faz (tô) a (tô) for (tô) ça.
A união faz a força.
Linguagem do Xis
9) (xis) As (xis) cri (xis) an (xis) ças (xis) são (xis) de (xis) Deus.
As crianças são de Deus.
B)
Vocábulos - obstáculos, monossilábicos, colocados depois das sílabas da palavra.
Linguagem do “Guê” seguido dos sons vocálicos da sílaba precedente.
10) Vo (gô) cê (guê) é (guê) bra (gá) si (gui) lei (guei) ro (gô)?
Você é brasileiro?
Linguagem do “Pê” seguido dos sons vocálicos da sílaba precedente.
11) Vo (pô) cê (pê) es (pês) tá (pá) a (pá) le (pé) gre (pê).
Você está alegre.
Linguagem do Quê
12) Gos (quê) to (quê) do (quê) teu (quê) so (quê) rri (quê) so (quê).
Gosto do teu sorriso.
Linguagem do Pê
13) Deus (pô) é (pô) o (pô) ca (pô) mi (pô) nho (pô).
Deus é o caminho.
Linguagem do Guei
14) A (guei) la (guei) ran (guei) ja (guei) é (guei) do (guei) ce (guei).
A laranja é doce.
C)
Vocábulos - obstáculos, dissilábicos, colocados antes das sílabas do palavra.
Linguagem do Faim
15) (faim) As (faim) flo (faim) res (faim) são (faim) be (faim) las.
As flores são belas.
Linguagem do Menê
16) (menê) As (menê) ro (menê) sas (menê) são (menê) per (menê) fu (menê) ma (menê) das.
As rosas são perfumadas.
Linguagem do Reguê
17) (reguê) Os (reguê) li (reguê) vros (reguê) são (reguê) no (reguê) ssos (reguê) a (regu6) mi (reguê) gos.
Os livros são nossos amigos.
Linguagem do Teco
18) (teco) Ma (teco) ca (teco) co (teco) ve (teco) lho (teco) não
(teco) me (teco) te (teco) a (teco) mão (teco) em (teco) cum (teco) bu
(teco) ca.
Macaco velho não mete a mão em cumbuca.
Linguagem do Geri
19) (geri) De (geri) ye (geri) mos (geri) es (geri) tu (geri) dar.
Devemos estudar.
Linguagem do Niver
20) (níver) Eu (níver) es (níver) tou (níver) ner (níver) vo (níver) so.
Eu estou nervoso.
Linguagem do Fonfom
21) (fonfom) Je (fonfom) sus (fonfom) é (fonfom) re (fonfom) a (fonfom) lis (fonfom) ta.
Jesus é realista.
D)
Vocábulos – obstáculos, dissilábicos, colocados depois das sílabas da palavra.
Linguagem do Parrá, Perré, Pirri, Porró, Purru,
cujo radical será seguido dos sons vocálicos da sílaba anterior.
22) E (perrê) les (perrê) não (parrão) gos (porrós) tam (parram) de (perr6) mú (purru) si (pirri) ca (parrá).
Eles não gostam de música.
Linguagem do Candê
23) Co (candê) mo (candê) é (candê) gran (candê) de (candê) o (candê) mun (candê) do (candê).
Como é grande o mundo.
Linguagem do radical “Pep”, seguido dos sons vocálicos da sílaba antecedente.
24) Que (pepê) rer (peper) é (peper) po (popô) der (pepê).
Querer é poder.
Linguagem do Farrá, Ferré, Ferri, Forró, Furru, cujo
radical será seguido dos sons vocálicos da sílaba precedente.
25) Voz (forrós) do (forró) po (forrô) vo (forrô) é (ferré6) a (farrá) vos (forró) de (ferré) Deus (ferreus).
Voz do povo é a voz de Deus.
Linguagem do Tibum
26) Eu (tibum) te (tibum) a (tibum) mo (tibum) meu (tibum) Bra (tibum) sil (tibum).
Eu te amo meu Brasil.
Linguagem do Cuntim
27) Eu (cuntim) sou (cuntim) bra (cuntiin) si (cuntim) lei (cuntim) ro (cuntim).
Eu sou brasileiro.
Linguagem do Taraz
28) Que (taraz) ro (taraz) si (taraz) lên (taraz) cio (taraz).
Quero silêncio.
Linguagem do Faim
29) As (faim) ro (faim) sas (faim) têm (faim) es (faim) pi (faim) nhos (faim).
As rosas têm espinhos.
Linguagem do Garra
30) O (garra) do (garra) min (garra) go (garra) é (garra) di (garra) a (garra) san (garra) to (garra).
O domingo é dia santo.
E)
Vocábulos - obstáculos, trissilábicos, colocados antes das sílabas da palavra.
Linguagem do Chiprocó
31) (chiprocó) A (chiprocó) mu (chiprocó) lher (chiprocó) que (chiprocó) brou (chiprocó) o (chiprocó) po (chiprocó) te.
A mulher quebrou o pote.
I)
Vocábulos - obstáculos, trissilábicos, colocados depois das sílabas da palavra.
Linguagem do Pirilim
32) Ho (pirilim) je (pirilim) vou (pirilim) es (pirilim) tu (pirilim) dar (pirilim) mu (pirilim) si (pirilim) ca (pirilim).
Hoje vou estudar música.
Linguagem do Tililim
33) O (tililim) ho (tililim) mem (tililim) é (tililim) in (tililim) te (tililim) li (tililim) gen (tililim) te (tililim).
O homem é inteligente.
Linguagem do Garará, Guererê, Guiriri, Gororó, Gururu,
cujo radical será seguido dos sons vocálicos da sílaba anterior.
34) Vo (gororô) cê (guererê) vai (gararai) em (guererei) bo (gororó) ra (garará)?
Você vai embora?
Linguagem do Chaparrá
35) O (chaparrá) me (chaparrá) ni (chaparrá) no (chaparrá) es
(chaparrá) tá (chaparrá) cho (chaparrá) ran (chaparrá) do (chaparrá).
O menino está chorando.
Linguagem do Xereré
36) Bem (xereré) a (xereré) ven (xereré) tu (xereré) ra (xereré) dos
(xereré) os (xereré) que (xereré) cho (xereré) ram (xereré).
Bem-aventurados os que choram.
Linguagem do Gueriguel
37) O (gueriguei) sol (gueriguei) es (gueriguei) ta (gueriguei) va (gueriguei) quen (gueriguei) te (gueriguei).
O sol estava quente.
Linguagem do Filelê
38) O (filelê) sol (filelê) es (filelê) tá (filelê) mui (filelê) to (filelê) quen (filelê) te (filelê).
O sol está muito quente.
Linguagem do Paepé, Peepé, Piepé, Poepé, Puepé
39) Vo (poepé) cê (peepé) vai (paepé) ca (paepé) sar (paepé)?
Você vai casar?
Linguagem do Concrespo / Concraspo
Intercalam-se após cada sílaba da palavra, alternadamente, os vocábulos concrespo / concraspo.
40) Eu (concrespo) plan (concraspo) tei (concrespo) um (concraspo) pé
(concrespo) de (concraspo) jas (concrespo) mim (concraspo).
Eu plantei um pé de jasmim.
G)
Vocábulos - obstáculos, monossilábicos, colocados antes e depois das sílabas da palavra.
Linguagem do Za … Ci
41) (zá) Não (ci) (zá) gos (ci) (zá) to (ci) (zá) de (ci) (zá) do (ci) (zá) ce (ci).
Não gosto de doce.
H) Também para confundir o ouvinte, é costume intercalar entre as
sílabas das palavras, uma outra palavra já existente na língua. Por
exemplo: garrafa, caneca, etc.
Linguagem do Garrafa
42) O (garrafa) ho (garrafa) mem (garrafa) é (garrafa) mor (garrafa) tal (garrafa).
O homem é mortal.
Linguagem do Caneca
43) Mi (caneca) nha (caneca) ca (caneca) sa (caneca) é (caneca) gran (caneca) de (caneca).
Minha casa é grande.
I)
Todas as vogais (a, e, o, u) orais e nasais são substituídas pele vogal I.
Linguagem do I
44) I criínci isti ni quirti índi dírmi.
A criança está no quarto onde durmo.
J) Pela substituição das vogais por outros elementos fonéticos:
A – ais; E – enter; I – mis; O – ômber; U – úfiter.
45) Ômber múfiter-rômber dais caiszais dômber viniszinisnhômber enter maisrrômber.
O muro da casa do vizinho é marrom.
L) Substituindo-se as vogais orais e nasais que formam sílaba com a
consoante “P” pela vogal “E” que aparece nas sílabas da palavra que se
quer formar.
46) E (po) me (pum) de (po) ge (pi) re (pa).
O mundo gira.
M) Pela troca de consoantes entre vogais de uma palavra. Neste
caso, as palavras monossilábicas não se alteram. A permuta de
consoante entre palavras dissilábicas é fácil. A maior dificuldade
reside nas polissilábicas, cuja permuta deve operar-se em ordem
decrescente.
47) Dope vocher gofo.
Pode chover fogo.
N) Pela lnversão das sílabas das palavras (do fim para o começo).
Também, neste caso, as palavras de uma sílaba não sofrem alteração.
48) Toues domanto nhoba.
Estou tomando banho.
49) Meu mãoir vai tarma o copor.
Meu irmão vai matar o porco.
0) Pela prolação dos fonemas que entram na constituição das sílabas
da palavra. Permanecem inalterados os artigos e pronomes O, A,
preposição A; conjunção E; a forma verbal É (verbo ser); as interjeições
AH!, EH!, IH!, OH!, (ou ó) e UH!, e as vogais que sozinhas, formam
sílabas.
50) A, beór – bôr, beó – bô, leé – lê, teá – tá, é, a, zeul – zul, e, veer – ver, meê – me, lheá – lha.
A borboleta é azul e vermelha.