quinta-feira, 21 de junho de 2012

RAIMUNDA BALBINO NO MUNDO DIGITAL

Música na escola











Sempre presente no dia a dia de crianças e adolescentes, a música agrada todas as turmas. Para ajudar você a trabalhar com essa modalidade artística em sala da aula, montamos um especial com reportagens sobre linguagem musical, canções para apresentar à turma e atividades que estimulam o interesse dos alunos em diferentes estilos de produção. Confira, ainda nosso roteiro didático sobre o ensino de música no 1º e 2º anos. Boa leitura!
A música está intimamente ligada às tradições e à cultura das sociedades na história. Compreender esta linguagem é chave para construir a sensibilidade 
No dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o termo música é definido como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras que variam conforme a época e a civilização. No âmbito da Educação Musical, contudo, a música deve ser entendida como linguagem artística, imprescindível para a formação humana dos alunos. As composições, interpretações e improvisações que comumente chamamos de "músicas" são, na verdade, produtos desta linguagem.


Aprender música na escola significa, portanto, aprender a se expressar por meio dos sons e desenvolver habilidades como o canto, a execução instrumental, a audição e a improvisação sonora. O desafio, agora, é considerar toda essa diversidade da produção musical brasileira e mundial (que está em discos, filmes, na internet, nas canções, ou no som puro da voz e dos instrumentos) e leva-la para a sala de aula de maneira planejada.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte, para que a aprendizagem de música faça sentido na formação cultural e cidadã dos alunos desde as séries iniciais, é necessário que todos tenham oportunidades para participar ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores de sequências rítmicas, dentro e fora da sala de aula. Diz o documento: "A escola pode contribuir para que os alunos se tornem ouvintes sensíveis, amadores talentosos ou músicos profissionais. (...) Ela pode proporcionar condições para uma apreciação rica e ampla, onde o aluno aprenda a valorizar os momentos importantes em que a música se inscreve no tempo e na história".


A música já é um conteúdo obrigatório em toda a Educação Básica, ministrado por professores especialistas ou unidocentes. É o que determina a
Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, que acaba de entrar em vigor. Cabe aos educadores organizar as aprendizagens fundamentais da linguagem musical para que os alunos construam conhecimento crítico e sensível, para além da vivência de jogos musicais e das aprendizagens da escrita musical - que, evidentemente, integram um bom planejamento do ensino de música até o final do Ensino Fundamental.

A especificidade do trabalho no 1º e 2º anos
 

Percepção e apreciação são palavras chave para o trabalho com o 1º e o 2º anos. Nas séries iniciais, as crianças percebem a música enquanto linguagem. Isso significa desenvolver a percepção auditiva com relação aos elementos básicos da linguagem musical: o pulso, o ritmo, o compasso e as notas musicais (veja o significado desses termos no
glossário). Para isso, é fundamental trabalhar com a turma os quatro parâmetros do som: intensidade (sons fortes e fracos); timbre (que permite distinguir sons em uma mesma frequência ou em uma mesma intensidade - o som do violão é diferente do violino, por exemplo); altura (sons graves e agudos) e duração (sons lentos e rápidos).


Nessa fase, ofereça aos alunos diferentes experiências e coloque as crianças em contato com o nosso patrimônio musical. Atividades para ouvir e cantar cantigas de roda, temas do folclore nacional, internacional e clássicos da canção popular não podem faltar no planejamento. São momentos importantes para a formação do gosto e a construção do repertório dos alunos.


Hinos Brasileiros, um produto cultural

Introdução
Os hinos brasileiros são símbolos cívicos que rendem um precioso estudo sobre como uma sociedade representa determinados fatos de sua história, de seu cotidiano ou de sua cultura. Para isso, a sugestão é que você faça um paralelo entre os hinos populares (de times de futebol, por exemplo) com os hinos brasileiros.

Objetivos

Possibilitar ao aluno reconhecer que os grupos sociais compõem hinos que representam a sua ligação com determinados fatos. Entender os hinos como manifestações sociais que aproximam grupos por suas identidades, com o esporte, o bairro, a escola, o pais e outros símbolos. Interpretar a letra do hino nacional e relacionar aspectos geográficos e históricos do Brasil. Estabelecer as relações entre a letra do hino nacional e identificar sua importância para a construção de imagens e símbolos sobre o Brasil.

Conteúdo

Paisagem local - espaço e lugar
Valorizar os hinos brasileiros; estabelecer relações entre os hinos e nossas identidades. Conhecer diferentes hinos praticados do povo brasileiro; interpretar o Hino Nacional e outros hinos.

Ano
3º ou 4º anos

Tempo estimado

Três a quatro aulas com uma hora de duração.

Material necessário

CD Hinos Brasileiros e letras de diferentes hinos. Caderno de classe, imagens, aparelho de som, material para desenhar.

Desenvolvimento das atividades

1ª aula Em roda converse com os alunos sobre os hinos que conhecem, ou que já ouviram na escola, em casa, em festas, etc. Organize na lousa a lista de hinos conhecidos da turma.
Se você souber algum, cante para eles e explique como aprendeu e por quê. Lembre-se de hinos mais populares como o do time de futebol, da escola, de escolas de samba, entre outros.

Após uma sessão descontraída da captura desse repertório conhecido dos alunos, questione a turma sobre por que temos hinos em nosso dia-a-dia? Pergunte por que acham que as pessoas escrevem e cantam hinos? Anote na lousa todas as hipóteses das crianças.
À medida que os alunos vão sugerindo e contribuindo com a discussão, escreva ou projete numa tela um trecho de um hino bem conhecido da turma . Geralmente os hinos de times são os mais conhecidos.

A titulo de exemplo, reproduzimos os hinos de dois times de futebol do Brasil que contam com numerosas torcidas. Escolha outros que tenham significado para a turma. O objetivo é proporcionar uma primeira aproximação sobre o significado do hino para uma nação ou o significado cultural do futebol para os brasileiros.

Hino Do Corinthians

Salve o Corinthians,
O campeão dos campeões,
Eternamente
Dentro dos nossos corações.

Salve o Corinthians
De tradição e glórias mil;
Tu és o orgulho
Dos esportistas do Brasil.

Teu passado é uma bandeira,
Teu presente, uma lição
Figuras entre os primeiros
Do nosso esporte bretão.

Corinthians grande,
Sempre Altaneiro
És do Brasil
O clube mais brasileiro.

Hino do Flamengo

Uma vez flamengo.
Sempre Flamengo
Flamengo sempre eu hei de ser
É meu maior prazer vê-lo brilhar
Seja na terra, seja no mar
Vencer, vencer, vencer
Uma vez flamengo, Flamengo até, morrer

Na regata ele me mata,
Me maltrata, me arrebata
Que emoção no coração
Consagrado no gramado
Sempre amado, o mais cotado
Nos Fla-Flus é o "ai, Jesus"!
Eu teria um desgosto profundo
Se faltasse o Flamengo no mundo

Ele vibra, ele é fibra
Muita libra já pensou
Flamengo até morrer eu sou

Leia a letra para os alunos e questione sobre o que entendem quando alguém diz vencer, vencer, vencer... uma vez Flamengo, flamengo até morrer . Deixe que falem o que sabem. Explore com os alunos o tom forte dos hinos. Explique que os hinos são um produto cultural e que contribuem para a identificação das pessoas com fatos, com seu país e a ligação com os lugares . Neste caso a ligação com o esporte futebol.

É importante que os alunos percebam como o contato com qualquer hino nos envolve num clima de afinidade x hostilidade, emoção, curiosidade, auto-estima e identificação. Se quiser, reserve um tempo para que os alunos tragam hinos que conhecem.

2ª aula Explique aos alunos que nesta aula eles irão ouvir um hino que foi composto para o nosso país: o Hino Nacional (na versão cantada). Todos devem ficar de olhos fechados para ouvir o hino e depois irão fazer um desenho a partir do que sentiram ao ouvi-lo. Não é necessário tocar o hino todo. Faça a audição da primeira parte.

Em seguida divida o grupo-classe em dois ou três grandes grupos, dependendo da quantidade de alunos. Um grupo conta para o outro o que sentiu e desenhou.
Como tarefa de casa cada aluno deve perguntar a uma pessoa de sua família o que sente quando ouve o Hino Nacional e em que situações os brasileiros o cantam.

3ª aula Nesta aula os alunos devem apresentar o que descobriram sobre o que sentem seus familiares ao ouvirem o hino e em quais situações o hino brasileiro é entoado ou cantado. Discuta com a turma o significado do hino para o povo brasileiro. Para que os alunos se organizem para essa atividade, você pode também reunir a turma em grupos e realizar a troca de informações em pequenos grupos.

Se puder, reserve um tempo para discutir sobre o significado histórico do hino nacional, o que pode ser feito por meio de um bate-papo com um historiador convidado.

4ª aula Nesta aula, distribua aos alunos a letra do hino e solicite que, em duplas, os alunos a leiam. Em seguida cada dupla escolhe uma estrofe para buscar entender o que ela quer dizer.
Dependendo da turma o professor pode solicitar uma re-escrita da estrofe, traduzindo o que entenderam.

Você pode selecionar aquelas estrofes mais difíceis e em sala de aula buscar o que ela quer dizer, consultando o glossário a seguir ou com apoio de um dicionário.

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Veja um exemplo
(ordem inversa)

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

(ordem direta)
As margens calmas do Rio Ipiranga ouviram
o grito forte de um povo heróico,
e, nesse instante, o sol da Liberdade
brilhou, em raios cintilantes, no céu da Pátria.

Para finalizar, convide os alunos para analisar a letra do hino inteiro. Por que o autor usou um número tão grande de adjetivos para descrever o momento da Independência do Brasil? O hino foi escrito em que data? Por que teria sido escrito tanto tempo depois da data que marca a Independência do Brasil? E o Riacho do Ipiranga, ele é tão importante assim? Onde fica esse rio em São Paulo? Se o Brasil for ameaçado, o que o texto diz que os brasileiros farão?

Avaliação
Ao final do processo, discuta com os alunos alguns conceitos que podem ser gerados a partir dessa aula sobre hinos e seus significados, tais como as figuras de linguagem que descrevem o Brasil.
Outro ponto interessante a ser discutido é o papel do hino para os brasileiros: qual a importância cultural dos hinos? Por fim, a interpretação da letra do hino e os símbolos que a letra contém: país vasto, de recursos infinitos , justiça, pátria e nação.

O jornalista Aldo Pereira, autor de um livro sobre o Hino Nacional, propõe que a letra do hino seja lida na ordem direta para uma melhor compreensão. Ele fez, também, um glossário com as palavras menos conhecidas.
I
As margens plácidas do Ipiranga ouviram
o brado retumbante de um povo heróico,
e, nesse instante, o sol da Liberdade
brilhou, em raios fúlgidos, no céu da Pátria.
Se conseguimos conquistar com braço forte
o penhor desta igualdade,
em teu seio, ó Liberdade, o nosso peito
desafia a própria morte!
Ó Pátria amada,
idolatrada,
salve! salve!
Brasil, se a imagem do Cruzeiro resplandece
em teu céu formoso, risonho e límpido,
um sonho intenso, um raio vívido
de amor e de esperança desce à terra.
És belo, és forte, impávido colosso,
gigante pela própria natureza,
e o teu futuro espelha essa grandeza.
Ó Pátria amada,
Brasil, [apenas] tu,
entre outras mil [terras],
és terra adorada!
Pátria amada, Brasil,
és mãe gentil dos filhos deste solo!
II
Ó Brasil, florão da América,
deitado eternamente em berço esplêndido,
ao som do mar e à luz do céu profundo,
fulguras iluminado ao sol do Novo Mundo!
Teus campos lindos, risonhos, têm mais flores do que a terra mais garrida; [e assim como] "nossos bosques têm mais vida," [também] "nossa vida" no teu seio [tem] "mais amores".
Ó Pátria amada...
Brasil, o lábaro estrelado que ostentas
seja símbolo de amor eterno,
e o verde-louro dessa flâmula diga:
Paz no futuro e glória no passado.
Mas, se ergues a clava forte da justiça,
verás que um filho teu não foge à luta,
quem te adora não teme nem a própria morte.
Terra adorada...

Glossário
Margens plácidas - "Plácida" significa serena, calma. Esse é o tom desses versos. Ao contrário do hino de outras nações, o nosso não fala em guerras
Ipiranga - É o riacho junto ao qual D. Pedro I teria proclamado a independência. O Ipiranga nasce junto ao zoológico da cidade de São Paulo
Brado retumbante - Grito forte, que provoca eco
Penhor - Usado de maneira figurada, "penhor desta igualdade" é a garantia, a segurança de que haverá liberdade
Imagem do Cruzeiro resplandece - O "Cruzeiro" é a constelação do Cruzeiro do Sul, que brilha, ou resplandece, no céu
Impávido colosso - "Colosso" é o nome de uma estátua de enormes dimensões. Estar "impávido" é estar tranqüilo, calmo
Mãe gentil - A "mãe gentil" é a pátria. Um país que ama e defende seus "filhos", os brasileiros, como qualquer mãe
Florão - "Florão" é um ornato em forma de flor usado nas abóbadas de construções grandiosas. O Brasil seria o ponto mais importante e vistoso da América
Garrida - Enfeitada, que chama a atenção pela beleza
Lábaro - "Lábaro" era um antigo estandarte usado pelos romanos. Aqui é sinônimo de bandeira
Clava forte - Clava é um grande porrete, usado no combate corpo-a-corpo. No verso, significa mobilizar um exército, entrar em guerra

 

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Os sons e o cérebro
Por meio da música os alunos podem aprender a sentir, a expressar e a pensar as manifestações sonoras, tão presentes no cotidiano e sempre em transformação

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Antes mesmo de nascer, o bebê já é capaz de escutar. A partir do quinto mês de gestação, ele ouve as batidas do coração da mãe (além de todos os outros barulhos do organismo) e reconhece a voz dela. E reage a esses estímulos, virando a cabeça, chutando ou mexendo os braços, além de ficar com o coração batendo mais rápido. O bebê nasce, cresce, tornasse adulto e os sons continuam a provocar essas e outras reações mais sofisticadas: eles evocam memórias e pensamentos, comunicam, provocam sensações, emocionam e movimentam.  
Desde os tempos mais remotos, o homem percebeu todo esse potencial. Usando os materiais que tinha à disposição (pedras, ossos, madeiras, o próprio corpo e a voz), ele foi combinando sons e silêncios das mais diversas maneiras. Assim surgiu a música. Em sua origem, ela era usada para venerar a natureza e os deuses e para conectar o ser humano com forças maiores, envolvendo realidade, magia e crenças. Até hoje ela é responsável pela criação dos mais diferentes sentidos e significados.

Mas por que a música mexe tanto com o ser humano? O som é uma vibração que se propaga no ar, formando ondas sonoras que são captadas por nosso sistema auditivo. Depois de transformadas em impulsos elétricos, elas viajam pelos neurônios até o cérebro, onde são interpretadas. Lá, elas chegam primeiro a uma região onde são processadas as emoções e os sentimentos, antes de serem percebidas pelos centros envolvidos com a razão. E, quando isso acontece, ocorre a liberação de neurotransmissores responsáveis por deixar os circuitos cerebrais mais rápidos.
Por isso, o pesquisador americano Howard Gardner, autor da teoria das inteligências múltiplas, afirma que a habilidade musical é tão importante quanto a lógicomatemática e a lingüística por auxiliar outros tipos de raciocínio. Pesquisas na área de neurociências comprovam que a memória, a imaginação e a comunicação verbal e corporal ficam mais aguçadas nas pessoas que escutam, estudam e praticam música.

A música é uma das linguagens que o aluno precisa conhecer, mas não somente por essas características. A maior razão é ele poder aprender a sentir, a expressar e a pensar as manifestações sonoras, tão presentes no cotidiano e sempre em constante transformação - como pode ser observado na linha do tempo deste pôster. As imagens de instrumentos e os diversos ritmos e notações musicais podem ser relacionados com outras manifestações culturais, como a dança e o teatro, e permitem uma análise global da evolução do pensamento humano e suas manifestações. 

"Houve e há, apesar das desordens que a civilização traz, pequenos povos encantadores que aprendem música tão naturalmente como se aprende a respirar. O seu conservatório é o ritmo eterno do mar, o vento nas folhas e mil pequenos ruídos que escutaram com atenção, sem jamais terem lido despóticos tratados"

Claude Débussy (18621918), compositor francês




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