quinta-feira, 26 de julho de 2012

ANEXOS DO PROJETO CULTURA BRASILEIRA 2012

 BARRINHAS

 

A Abolição da Escravidão no Brasil - 1888

A Abolição da Escravidão no Brasil - 1888No ano de 1888 a escravidão foi abolida através da Lei Áurea, que foi assinada pela princesa Isabel no dia 13 de maio daquele ano. Essa medida beneficiou uma grande quantidade de escravos que ainda existia no país. Por outro lado, essa mesma medida incomodou os vários proprietários de terra que ainda dependiam da exploração do trabalho escravo para produzirem gêneros agrícolas em suas propriedades. Contudo, não podemos achar que a escravidão acabou no Brasil do dia para a noite.
No século XIX já havia movimentos que defendiam o fim da escravidão. Diversos pensadores dessa época já consideravam a escravidão um abuso e um grande problema para qualquer nação que tivesse a intenção de se desenvolver. A partir da década de 1850, percebemos que o movimento abolicionista no Brasil começou a ter maior visibilidade e isso se deve a alguns acontecimentos importantes que marcaram essa mesma época.
Em 1845, os ingleses impuseram uma lei realizando a prisão de toda a embarcação que estivesse no Oceano Atlântico transportando escravos africanos. Isso fez com que o número de escravos vindos para o Brasil diminuísse e o preço deles se elevasse justamente num tempo em que as lavouras de café aumentavam no país. Pouco tempo depois, no ano de 1850, o governo brasileiro aprovou a Lei Euzébio de Queirós. Essa lei proibia definitivamente a importação de escravos para o país. Desse modo, o preço do escravo ficou ainda mais caro para os grandes proprietários de terra.
Para suprir a falta de escravos, os proprietários de terra passaram a atrair imigrantes europeus que ocupariam as vagas de trabalho existentes nas lavouras. Para alguns intelectuais brasileiros, essa presença era benéfica na medida em que os europeus eram considerados “superiores”. Mais do que trazer a cultura europeia para o Brasil, a presença dos imigrantes viria, ao longo das décadas, promover o “branqueamento” da nossa população. Esse era outro argumento dos intelectuais que na época, infelizmente, acreditavam que os negros e mestiços eram grupos raciais com menor capacidade intelectual.
Após a Lei Eusébio de Queirós, podemos destacar outras leis abolicionistas que foram aprovadas pelo governo de Dom Pedro II. No ano de 1871, a Lei do Ventre Livre determinou que todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data estariam livres. Apesar de livrar as próximas gerações da escravidão, essa medida só era aplicada assim que o filho de escravo atingisse os 21 anos de idade. O filho de escravo passava uma parte de sua infância e juventude na fazenda junto aos demais escravos, tendo sua força de trabalho explorada. Além disso, após atingir a maioridade, encontrava dificuldades em abandonar seus pais e enfrentar uma vida incerta.
Dezesseis anos mais tarde, no ano de 1885, a Lei dos Sexagenários livrava os escravos com mais de sessenta anos da escravidão. A medida também tinha uma aparência benéfica. Contudo, era muito pequena a quantidade de escravos com mais de sessenta anos. No século XIX, a média de idade da população girava em torno dos quarenta anos de idade. Além disso, devemos lembrar que um escravo idoso trazia mais despesa do que lucro para o seu proprietário. Sendo assim tal lei teria um impacto pequeno na população de escravos.
Quando atingimos a década de 1880, vemos que diferentes setores da sociedade defendiam o fim da escravidão. Ao mesmo tempo, devemos salientar que um número significativo de proprietários de terra empregava a mão de obra dos imigrantes europeus no lugar dos escravos, que tinham um preço ainda mais elevado nessa época. Dessa forma, já tínhamos a clara impressão que a extinção do trabalho escravo no Brasil seria uma questão de tempo.

Sendo assim, no ano de 1888, quando a princesa Isabel estabeleceu o fim da escravidão pela Lei Áurea, essa modalidade de exploração da mão de obra se mostrava inviável. Devemos aqui destacar que a abolição só deu fim à escravidão, mas não deu fim à exploração do trabalho dos ex-escravos. Afinal de contas, a Lei Áurea não contava com nenhum tipo de auxílio ou projeto que facilitasse o grande número de negros libertos a serem devidamente inseridos na sociedade brasileira.
Observando todos esses fatos que marcam o fim da escravidão no Brasil, temos a nítida impressão que tudo ocorreu de modo lento. Da lei Eusébio de Queiroz até a Lei Áurea passaram-se quase quarenta anos. Ao mesmo tempo, as leis aprovadas nesse meio tempo eram de impacto lento ou muito tímido. Por fim, vemos que a lei que encerra a exploração da força de trabalho dos negros não falava sobre os desafios e problemas que essa grande parcela da população enfrentaria a partir daquele momento.

Por Rainer Gonçalves Sousa
Colaborador Escola Kids
Graduado em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG
Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG

A Cultura do Brasil no Período da República Velha

 

A Cultura do Brasil no Período da República Velha
As mudanças da República Velha movimentou a cultura popular urbana daquele tempo.
Durante a República Velha, o Brasil experimentava uma situação de mudança, transformação. O país começava a abandonar suas características essencialmente rurais para então experimentar o crescimento dos centros urbanos do país. No entanto, esse era só o começo da mudança. A grande maioria da população continuava sem instrução e o debate cultural e artístico ainda ficava recluso entre as elites econômicas.
Com o fim da escravidão, a República Velha foi marcada pela chegada de muitos negros que saíram das antigas propriedades em busca de melhores oportunidades. No Rio de Janeiro, muitos deles se aglomeravam em cortiços e bairros portuários, organizando comunidades em que, ao mesmo tempo em que se ajudavam, também experimentavam de manifestações artísticas diversas.
Do ponto de vista histórico, o samba, o maxixe e o choro ganhavam forma e possibilidade nessa época. Nas chamadas casas das tias, vários negros e outros elementos da sociedade urbana carioca se reuniam em festas que já ganhavam o nome de “samba” naquela época. Nas datas festivas, os músicos populares saíam pelas ruas organizando os chamados “cordões”, que indicavam uma organização mais simples dos futuros desfiles de escola samba.
Nessa mesma época, vemos que o Brasil também recebeu um grande número de imigrantes europeus que escapavam da miséria e das dificuldades impostas pela Primeira Guerra Mundial. Em geral, esses imigrantes chegaram ao país com o objetivo de ocupar vagas de trabalho nas indústrias que apareciam nas grandes cidades, tendo em vista que tinham experiência como operários em sua terra natal.
Junto com o sonho de uma vida melhor em terras brasileiras, esses imigrantes europeus chegaram por aqui também trazendo os valores políticos do pensamento comunista e anarquista. Em várias situações, inconformados com as injustiças de nosso país, disseminavam seus ideais de luta e contestação em jornais e manifestações públicas. Chegaram ao ponto de organizarem escolas populares, buscando educar seus filhos segundo seus ideais políticos.
No campo da literatura e das artes, vemos que alguns integrantes de nossas elites traziam ao contexto brasileiro as questões estéticas empreendidas na Europa. Os chamados modernistas se organizavam em círculos de discussão pensando a identidade própria de nossa cultura. Estavam cansados do velho hábito de se pensar que o Brasil só se tornaria “culto” e “civilizado” ao imitar os valores que viesse de fora.
O resultado de toda essa discussão foi a Semana de Arte Moderna de 1922, ocorrida na cidade de São Paulo. Nesse evento, novos pintores, escritores e poetas apareceram ao público expondo que o Brasil tinha uma riqueza cultural própria a ser conhecida e apreciada. Em termos históricos, o evento indicava que o Brasil não poderia ser mais entendido pelos valores da Europa ou como um simples celeiro produtor de grãos para o mundo.
É desse modo que vemos as transformações experimentadas na época da República Velha. Muita coisa ainda deveria mudar, a grande maioria da população era analfabeta e as manifestações de ordem popular nem sempre ganhavam prestígio. Por outro lado, o debate sobre “a cara do Brasil”, da sua cultura, começava a apontar para outros rumos e possibilidades.

Por Rainer Gonçalves Sousa
Colaborador Escola Kids
Graduado em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG
Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG


BARRINHAS

A História da Feijoada

A História da Feijoada
Um prato de sabor maravilhoso e que revela coisas interessantes do nosso passado
A história de um povo pode ser reconhecida de formas muito diversas e não tem a ver somente com a leitura de antigos livros e documentos empoeirados. O passado está presente nos locais mais incríveis de nosso cotidiano e não é preciso muito para reconhecer isso. Uma das maiores provas dessa afirmação está na cozinha, nos pratos que consumimos diariamente. O ato de comer não envolve uma simples questão de sobrevivência, mas também revela nossa história e um amplo conjunto de experiências vividas por nossos antepassados.
A feijoada é um exemplo bastante interessante disso, sendo rotineiramente consumida em diversas regiões do país e bastante identificada como um dos pratos que ainda definem a culinária brasileira. Para muitos, a feijoada é um prato que mostra uma parte dos desafios que os escravos enfrentavam para sobreviver. Afinal de contas, tendo sua força de trabalho explorada, teriam que buscar formas diversas para arranjar uma dieta que fosse capaz de recuperar sua condição física após uma desgastante rotina de trabalho.
É a partir dessa situação que muitos explicam a feijoada como uma estratégia de sobrevivência das populações negras do período escravocrata. Segundo essa tese, os donos de escravos consumiam carne de porco e descartavam os restos que consideravam de menor qualidade. Foi daí que, para incrementar sua própria dieta, os escravos recolhiam essas partes “ruins” para fazerem um cozido com as sobras do porco, feijão e alguns outros legumes que tivessem à disposição. Nascia então, desse modo, a deliciosa feijoada que hoje consumimos em vários lugares do país.
Contudo, existem outras questões que devem ser consideradas antes de falarmos que a feijoada é um simples ato criativo dos escravos. Em primeiro lugar, devemos considerar que o acesso à carne era algo nada simples em tempos coloniais. O consumo de carne fresca era restrito às famílias que tinham condições de criar ou adquirir animais próprios para o consumo. Desse modo, seria minimamente estranho que esses privilegiados se dessem ao luxo de desperdiçar algumas partes do animal que ainda garantissem uma mesa farta.
Ao mesmo tempo, devemos lembrar que essa combinação de carnes e legumes cozidos já existia na Europa. Já nos tempos do Império Romano temos relatos de que os povos latinos realizavam esse tipo de mistura para organizar suas refeições. Entre os franceses, o famoso cassoulet, composto por feijão e diferentes tipos de carne, é um evidente amigo da feijoada brasileira. Além desses exemplos, podemos citar que os espanhóis também, desde o começo da Idade Moderna, consumiam carne cozida junto com “fabas”, uma espécie de feijão branco.
De tal modo, podemos muito bem supor que a invenção da feijoada pode ter sido uma criação bem mais complexa do que a história que estamos acostumados a tomar como verdade. No processo de exploração da força de trabalho dos negros, devemos lembrar que os escravos domésticos acabavam incorporando tradições da culinária europeia dos seus proprietários. Sendo assim, a feijoada brasileira foi uma clara invenção que revela o diverso encontro de povos que origina a cultura e a mesa do nosso país.

Por Rainer Gonçalves Sousa
Colaborador Escola Kids
Graduado em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG
Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG

 

Libertação dos Escravos

Libertação dos Escravos
Escravos Libertos
No dia 13 de maio é comemorado o dia da abolição da escravatura. Essa data é marcada pela libertação dos negros que eram aprisionados e vendidos aos homens brancos.
Quando os portugueses descobriram o Brasil, muitos quiseram povoá-lo, mas para isso teriam que construir casas, plantar alimentos, construir capelas, engenhos de cana-de-açúcar, etc.
Como eram da corte, da família real, não iriam fazer esses trabalhos, e então precisaram da mão de obra de outras pessoas. Os índios que já habitavam nosso país foram os primeiros capturados para exercerem essas tarefas, mas aos poucos os portugueses foram trazendo os negros da África e esses eram vendidos aos fazendeiros, chamados de colonos.
Os escravos sofreram muito, pois tinham que atender todas as necessidades dos seus senhores. Faziam trabalhos pesados e eram maltratados, apanhavam e eram amarrados em troncos com correntes nos pés, nas mãos e no pescoço. Muitos ficavam sem água ou mesmo sem alimentos, não tinham camas, dormiam no chão de terra, amontoados nas senzalas.

Escravos castigados – pau de arara e tronco ao fundo
Alguns senhores eram bons e davam a carta de alforria para seus escravos, deixando-os libertos. Esses, por sua vez, passavam a ser chamados de negros forro, mas continuavam trabalhando com seus patrões, pois não tinham condições de viver sozinhos. Alguns se arriscavam em tentar uma vida melhor nos quilombos.

Princesa Isabel
Várias foram as tentativas para libertar os negros da escravidão, mas esta continuou por muitos e muitos anos. Os negros e mulatos passaram a fugir para os quilombos em busca da liberdade. Além das fugas dos negros, na época o Brasil já tinha muitos imigrantes (italianos, espanhóis e japoneses) que ofereciam mão de obra de baixos custos, o que era mais barato para os colonos.
A partir desses problemas a princesa Isabel, filha do imperador do Brasil, Dom Pedro II, criou a Lei Áurea que libertou os escravos.
Por Jussara de Barros
Pedagoga
Equipe Escola Kids


As consequências do fim da escravidão no Brasil

As consequências do fim da escravidão no Brasil

BARRINHAS

No dia 13 de maio de 1888, chegou ao fim o trabalho escravo no Brasil. Após quatro séculos de escravidão, tortura e maus-tratos, os negros estavam libertos perante a lei. A aprovação da Lei Áurea, a lei que oficializou o fim da escravidão no Brasil, foi assinada pela Princesa Isabel. O processo abolicionista foi também resultado de uma luta política, que mobilizou alguns políticos da época que se empenharam em ajudar a Princesa a aprovar a Lei Abolicionista.

A abolição foi o resultado, principalmente, da luta dos negros, escravos ou não, que se mobilizaram ao longo da década de 1880 contra a continuidade do trabalho escravo. O movimento dos negros se traduziu em fugas maciças, assassinatos de proprietários de terras e dos capatazes, esses atos ameaçaram a ordem social do final do Império, tornando inevitável, por um número cada vez maior de pessoas, o questionamento se a escravidão era legítima ou não.

A escravidão chegou ao fim, o ex-escravo tornou-se igual perante a lei, mas isso não lhe deu garantias de que ele seria aceito na sociedade, por isso os recém-libertos passaram dias difíceis mesmo com o fim da escravidão. Diferente do que aconteceu nos Estados Unidos, no Brasil, após o fim da escravidão, os ex-escravos foram abandonados à própria sorte. Nos Estados Unidos, com o fim da Guerra da Secessão, a vitória do Norte sobre o Sul implicou na emancipação total dos escravos e eles foram amparados por uma lei, que possibilitou assistência e formas de inserção do negro na sociedade.

No Brasil, sem acesso a terra e sem qualquer tipo de indenização por tanto tempo de trabalhos forçados, geralmente analfabetos, vítimas de todo tipo de preconceito, muitos ex-escravos permaneceram nas fazendas em que trabalhavam, vendendo seu trabalho em troca da sobrevivência. Aos negros que migraram para as cidades, só restaram os subempregos, a economia informal e o artesanato. Com isso, aumentou de modo significativo o número de ambulantes, empregadas domésticas, quitandeiras sem qualquer tipo de assistência e garantia; muitas ex-escravas eram tratadas como prostitutas. Os negros que não moravam nas ruas passaram a morar, quando muito, em míseros cortiços.  O preconceito e a discriminação e a ideia permanente de que o negro só servia para trabalhos duros, ou seja, serviços pesados, deixaram sequelas desde a abolição da escravatura até os dias atuais.
Por Lilian Aguiar
Graduada em História
Equipes Escola Kids


Personalidades negras brasileiras


Diante da história do Brasil que foi apresentada ao longo desses quase 512 anos de existência, um episódio marcante é contado com relação à luta pela liberdade do negro, em um país onde o trabalho escravo foi durante muito tempo explorado e os próprios escravos humilhados a severas punições se descumprissem o mandado, é possível encontrar as personalidades negras brasileiras que a duras penas conseguiram dar a volta por cima.
Com isso, não só esse país como o mundo todo teve uma dificuldade grandiosa em aceitar que a condição de todas as pessoas era a mesma, independente de raça, credo ou religião. A história do negro foi prejudicada e os livros esqueceram-se de destacar grandes pessoas que lutaram pela igualdade racial e lutam até hoje.
Essas pessoas têm papel fundamental no espaço que o negro conquistou, tanto nas artes, no esporte, na política tendo ou não um cargo público. Hoje o preconceito é existente, e essa afirmação é inegável, porém com a força de vontade dessas personalidades negras, que estiveram em lugares piores antes de chegarem onde estão e exerceram papel fundamental na construção da imagem do negro pode-se chegar longe.
Hoje é possível afirmar que as coisas mudaram e se a luta persistir irá continuar a mudar. Diante desse fato, vamos apresentar os destaques que contribuíram para o avanço do povo negro no Brasil.

Militância Política e Humanitária

Abdias do Nascimento
Abdias do Nascimento: Militante da causa negra no Brasil, político, escritor e fundamental peça de alguma conquistas (Foto: Divulgação)

Adbias do Nascimento – Intelectualidade Negra

Nascido no interior de São Paulo, porém foi na capital que Abdias do Nascimento passou a participar da Frente Negra Brasileira, que lutava contra a segregação racial. Ele foi dramaturgo poeta e também teve sua participação no alto escalão do governo, sendo deputado federal, senador e secretário do Estado.
Abdias deixou um legado pela sua trajetória, ele foi um ativista importante e conquistou alguns direitos de extrema importância para os afrodescendentes brasileiros, a exemplo da criminalização do racismo, causa que lutou durante a vida toda para que a lei fosse cumprida.

Outros

Chica da Silva, Carlos Alberto de Oliveira (Deputado que promulgou a lei de 89, contra o racismo)e Ubirajara Fidalgo  (Ator que  levava a militância ao palcos dos teatros).

Esportes

Edson Arantes do Nascimento – Pelé, o Rei da Bola

Pelé
Edson Arantes do Nascimento: O melhor jogador de futebol de todos os tempos (Foto: Divulgação)
Não tem como falar de futebol sem citar Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Ele marcou a história mundial do esporte, além de dar destaque ao Brasil por causa de seu talento em marcar gols e realizar lindos dribles.
O Rei da Bola conquistou muitos títulos pelo seu time do coração, o Santos. Foi convocado pela Seleção Brasileira e trouxe junto com seus companheiros de equipe, três taças de campeão mundial.

Outros

Manoel dos Santos – Mané Garrincha, Valdir Pereira – Didi, Ademir da Guia, Ronaldo Gaúcho, Ronaldinho – o Fenômeno e Romário.

Artes

Lázaro Ramos – Talento artístico

Lázaro Ramos
Lázaro Ramos: Conquistou público, a maior emissora de TV aberta e também as telonas (Foto: Divulgação)
Exímio ator, Lázaro Ramos vem se destacando na TV e no cinema brasileiro com o passar dos anos. Conquistou inúmeros papéis importantes e atualmente está em um dos maiores canais da televisão aberta, a Globo.
Para muitos isso pode parecer pouco, mas não é. Lázaro já fez até papel como ator principal de novela, o que nos tempos mais primórdios esteve fora de cogitação, os negros  na maioria das vezes interpretavam empregados, serviçais, nunca gente que pertencia às classes sociais mais elevadas.
Hoje a mudança é incrível graças a alguns artistas que se utilizaram do próprio trabalho para conquistar o espaço não só para si, mas para a população negra, que há muita luta pela conquista da igualdade.

Outros

Milton Gonçalves, Chica Xavier, Aleijadinho, Wilson Simonal, Alcione, Tim Maia




Akon se tornou uma personalidade negra por causa da sua musica maravilhosa, suas musicas estão na boca de todos ex.: beautiful.
por essas e outras Akon virou febre no mundo da musica


BARRINHAS

Dia Nacional da Música Popular Brasileira

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  Vó Zita, lembrei muito de você. Sabe o que eu ouvi?

 Conta, conta! Fiquei curiosa.
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 Você gosta de música brasileira, não é?


Claro! Eu adoro toda a cultura brasileira e a música é uma das 
manifestações culturais que mais gosto.

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 Pois, então, eu ouvi que presidenta Dilma  Rousseff sancionou a Lei 12.624 que cria o Dia Nacional da Música Popular Brasileira.


 Nossa, que coisa boa! A nossa música agora tem um dia especial. Isso valoriza ainda mais nossa cultura. Mas, qual é o dia?

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   Dia 17 de outubro. A data foi escolhida por ser o dia do   nascimento da pianista e regente Chiquinha Gonzaga, a primeira compositora popular do Brasil.


Seu nome verdadeiro é Francisca Edwiges Neves Gonzaga. Ela gostava de tocar vários ritmos: polca, tango, choro, marcha; e ainda compôs músicas que uniam o erudito e o popular.

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 A senhora está sabendo não é, Vó Zita?


E tem mais uma coisinha: é dela a canção Ó Abre Alas,  sucesso nos bailes de carnaval.

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 Eu adoro essa música! Vamos cantar?!


ilustração Lei Dia Nacional MPB
Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
Que eu quero passar
 Eu sou da Lira
Não posso negar
Eu sou da Lira
Não posso negar
Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
Que eu quero passar
Rosa de Ouro
É que vai ganhar
Rosa de Ouro
É que vai ganhar.

Influência africana na culinária brasileira

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Você sabia que os negros africanos deram uma importante contribuição para a  culinária brasileira? Eles introduziram ingredientes diferentes como  leite  de coco-da-baía, o azeite de dendê, a pimenta malagueta.
Com eles descobrimos o feijão preto, aprendemos a fazer acarajé, vatapá, caruru, mungunzá, angu, pamonha e muito mais!
Os portugueses traziam da Europa os ingredientes para fazerem suas comidas. A comida reservada para os escravos  era pouca. Eles se alimentavam dos restos que sobravam dos senhores.

Mas, com criatividade, faziam comidas gostosas. Enquanto as melhores carnes iam para a mesa dos senhores, os escravos ficavam com as sobras. Pés, orelhas, carne seca, rabos, costelinhas e outras partes do porco, misturadas ao feijão preto, deram origem à nossa tradicional feijoada.

A culinária  africana para a nossa cultura é tão importante que o acarajé virou patrimônio nacional. Nossa, quanta coisa gostosa!
Clique aqui e saiba mais  sobre a culinária trazida pelos escravos.

Se você conhece alguma receita de origem africana, nos envie pelo formulário abaixo.


Receita para as crianças

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Dicas da nutricionista Amanda Branquinho
animação do viva a diferençaHambúrguer light – 1 porção

Ingredientes :

- 1 pão de hambúrguer

- 1 hambúrguer de carne de soja ou de peito de peru

- 2 folhas de alface, 3 rodelas de tomate.

Preparo: junte todos os ingredientes no pão.


Cachorro quente nutritivo – 2 porções

Ingredientes

- 1 salsicha de frango ou de peru

- 1 fatia de queijo mussarela l

- ¼ de cenoura ralada

- molho de tomate

- 1 pão de cachorro quente

Modo de preparo: Cozinhe a salsicha no molho de tomate juntamente com a cenoura ralada (ou se preferir adicione a cenoura depois). Acrescente a salsicha com molho no pão e por cima o queijo.


Pão de queijo light e nutritivo

Ingredientes

- 200g de queijo minas (meia cura) ralado

- 2 xícaras de polvilho doce

- 3 batatas cozidas

- 2 ovos

Modo de preparo: Cozinhe as batatas e depois amasse bem. Misture com os outros ingredientes. Faça bolinhas com a massa e coloque em uma forma untada. Leve ao forno para assar por cerca de 30 minutos.


Espetinho nutritivo de frutas


Ingredientes para 10 espetinhos

- 10 espetinhos de churrasco

- 1 maça em cubos

- ½ abacaxi em cubos

- 2 kiwis em cubos

- 10 morangos

- 10 uvas

outras frutas de sua preferência

Modo de preparo: pique as frutas em cubos. Coloque as frutas alternadamente no espetinho.

Sorvete de iogurte

Ingredientes

- 500ml de iogurte natural (desnatado)

- 2 bananas (congeladas)

- 10 gotinhas de essência de baunilha

- Frutas de sua preferência (morango, manga, etc)

Modo de preparo: deixe as duas bananas no congelador por 1 dia. Bata as bananas com o iogurte, a fruta e a essência de baunilha. Leve a mistura para o congelador por 2 horas. Retire e bata novamente no liquidificador. Leve novamente a mistura para o congelador por mais 4h. Sirva em seguida com frutas e castanhas.

Dim dim


Ingredientes

- Suco de fruta natural (você pode fazer de vários sabores: uva, abacaxi, maracujá, etc)

- saquinho de dim dim.

Modo de preparo: coloque o suco natural nos saquinhos de dim dim. Leve para o congelador por cerca de 6 horas.

Page Receitas para festa junina

Page Tradições juninas no Brasil

News Item Receitas: Aprenda a fazer!

Page Culinária africana

Page Influência africana na culinária brasileira

News Item Por que ovos e coelhos são símbolos da Páscoa?

Blog Entry Brownie delicioso


Culinária africana

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Abará

Bolinho de origem afro-brasileira feito com massa de feijão-fradinho temperada com pimenta, sal, cebola e azeite-de-dendê, algumas vezes com camarão seco, inteiro ou moído e misturado à massa, que é embrulhada em folha de bananeira e cozida em água.

Acaçá

Bolinho da culinária afro-brasileira, feito de milho macerado em água fria e depois moído, cozido e envolvido, ainda morno, em folhas verdes de bananeira.

Ado

Doce de origem afro-brasileira feito de milho torrado e moído, misturado com azeite-de-dendê e mel.

Aluá

Bebida refrigerante feita de milho, de arroz ou de casca de abacaxi fermentados com açúcar ou rapadura, usada tradicionalmente como oferenda aos orixás nas festas populares de origem africana.

Quibebe

Prato típico do Nordeste, de origem africana, feito de carne-de-sol ou com charque, refogado e cozido com abóbora.

Acarajé

Bolo de feijão temperado e moído com camarão seco, sal e cebola, frito com azeite de dendê.

Mungunzá

Feito  de milho em grão e servido doce (com leite de coco) ou salgado  com leite.

Vatapá

Papa de farinha-de-mandioca com azeite de dendê e pimenta, servida com peixe e frutos do mar

TEXTOS DIVERSOS

Somos todos quilombolas

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Negro fugido, naquela época da escravidão, se refugiava na mata junto com os seus para viver em liberdade. Muitos fazendeiros iam atrás dos escravos fugitivos e tentavam trazê-los de volta a ferro e fogo. Para não serem capturados, aqueles que escapavam procuravam lugares de difícil acesso, como, por exemplo, o alto das montanhas, ou o interior de uma mata fechada. Assim foram formando seus locais de refúgio, chamados quilombos.
A liberdade sempre foi uma das mais profundas aspirações humanas, pois sem ela a vida parece desprovida de sentido e prazer. Viver sob o jugo de outro, trabalhando sem remuneração e sendo humilhado diariamente, foi a sina de milhões de negros africanos, trazidos para o Brasil em navios de traficantes de escravos, e de seus descendentes.
Muitos se revoltaram e buscaram, nos quilombos, refazer as suas vidas, reencontrar a liberdade que conheceram em seus países de origem. Até hoje temos no país populações descendentes daqueles quilombos, que chamamos de quilombolas. Eles permanecem vivendo na terra que foi desbravada pelos seus antepassados e onde encontraram refúgio no período da escravidão.
O Ministério Público Federal luta pelo reconhecimento desses povos quilombolas, que tentam manter suas terras e preservar sua cultura, embora sejam constantemente ameaçados de serem expulsos de seu território por grileiros. A 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF coordena o trabalho dos procuradores da República que, em todo o país, trabalham em prol da defesa das populações minoritárias que precisam da proteção do Estado brasileiro para terem seus direitos respeitados, como os índios, os quilombolas, os ciganos, as comunidades ribeirinhas e extrativistas.
A nossa Constituição, em seu art. 216, parágrafo 5º, estabeleceu que “ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos”, e o artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias diz que "aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos".
De acordo com a Fundação Cultural Palmares, instituição vinculada ao Ministério da Cultura encarregada de promover e preservar a cultura afro-brasileira, existem atualmente 1. 573 comunidades quilombolas certificadas. A certificação de áreas quilombolas é o documento expedido pela Fundação após receber um pedido das comunidades se auto reconhecendo como remanescentes de quilombos. Além dessas, há 93 comunidades quilombolas tituladas e 996 processos de regularização fundiária em curso.
Os descendentes dos negros que se refugiaram em quilombos para fugir da ferocidade da escravidão têm direito às suas terras não apenas porque as ocupam há várias gerações, mas também por que a Constituição de 1988 quis reparar a injustiça cometida contra essas vítimas de um regime escravagista que foi apoiado pelo Estado brasileiro.
A escravidão foi uma mancha que envergonha a história do Brasil, e a nação, representada na Assembleia Nacional Constituinte que redigiu nossa Constituição, reconheceu a dívida de gratidão que tem para com os negros que foram trazidos da África como animais e aqui construíram a riqueza do nosso país sem receber qualquer reconhecimento ou pagamento.
Os quilombolas permaneceram em suas terras desde a época da escravidão e têm, portanto, o direito legítimo à posse delas, não só por ocupá-las há mais de século, como também porque foi nelas que seus ancestrais buscaram recuperar a dignidade que o tráfico negreiro lhes roubou, trazendo-os à força para trabalhar como escravos em uma terra estrangeira.
O Brasil tem uma enorme dívida de gratidão para com os descendentes dos escravos e, por isso, o MPF luta também pela implantação de ações afirmativas que deem a eles mais chances de ascensão social do que tiveram no passado como, por exemplo, maior facilidade para ingressar em universidades públicas por meio de cotas raciais. As populações vítimas de maus tratos no passado, como negros e índios, foram dizimadas, expropriadas de suas terras ou perderam a liberdade para ajudar a construir o Brasil próspero que conhecemos hoje.
Nós todos, sejamos descendentes de índios e negros ou não, temos em nossas mentes e costumes a herança das culturas africana e indígena. Estamos em um país que se moldou à imagem de três povos distintos: o europeu, o africano e o ameríndio, e não podemos, hoje, esquecer aqueles que ainda trazem viva a tradição do nosso passado, como os quilombolas e os povos indígenas que ainda não foram aculturados. Esses remanescentes do nosso passado, que resistiram à aculturação imposta pelos europeus, merecem o nosso respeito e gratidão. Não podem ser esquecidos nem suas terras tradicionais ocupadas por pessoas gananciosas interessadas em expulsá-los do espaço que necessitam para manter viva sua cultura.
Enquanto brasileiros, assim como nós que vivemos nas cidades, eles têm que ter seus direitos de cidadãos respeitados e sua dignidade restaurada. Fizeram a opção de viver de acordo com a tradição dos seus antepassados, nas terras que herdaram deles, e não podemos deixar que elas sejam invadidas e sua cultura exterminada.   
Enquanto puderem manter suas raízes, teremos um pouco do nosso patrimônio histórico preservado em suas línguas, na culinária, nos rituais religiosos e costumes. Afinal, esse imenso Brasil um dia foi completamente terra de índios e, depois, construído pelos negros trazidos da África para trabalhar nas fazendas de café, de cana de açúcar ou nas minas de ouro, por exemplo. Os negros serviram aos europeus que aqui chegaram em busca da fortuna e quando foram libertados ficaram completamente na miséria, sem nenhuma assistência do Estado. Ao invés de empregá-los, seus antigos patrões preferiram contratar imigrantes que mandaram buscar na Europa. Sem dinheiro, sem educação e sem emprego, os escravos libertos não tiveram as mesmas chances de ascensão social que os descendentes de europeus. Nada mais justo, portanto, que hoje a nossa população, totalmente miscigenada, lembre-se dos seus antepassados e os homenageie respeitando aqueles descendentes que se recusaram a abdicar de sua cultura para integrar-se à civilização europeia.
Se hoje ainda existem quilombolas e indígenas vivendo em suas terras tradicionais, apegados ao legado de seus ancestrais, só podemos homenageá-los e lembrar que fazem parte da nossa herança cultural, são os vestígios do nosso passado que devemos preservar e do qual podemos nos orgulhar. Eles são a história viva da civilização brasileira. Afugentá-los de suas terras, querer que se adaptem aos nossos hábitos e costumes urbanos é uma violência contra o nosso patrimônio cultural. A presença deles homenageia o que fomos, e isso não podemos esquecer.
O nosso passado está inscrito nessas terras quilombolas, assim como nas terras tradicionais dos povos indígenas. Se, em nome do progresso ou da ambição de alguns, deixarmos que elas sejam retiradas de seus verdadeiros donos, estaremos matando o que restou da nossa herança africana e ameríndia. Ou seremos nós apenas europeus? Então porque relegar os nossos pais do passado, os povos que nos deram a identidade que temos hoje?
O dia 20 de novembro foi escolhido para homenagear a consciência negra porque nessa data, no ano de 1695, morreu Zumbi dos Palmares, um negro guerreiro que lutou pelo direito de viver em liberdade junto com seus companheiros refugiados no quilombo de Palmares. Localizado na Serra da Barriga, no município alagoano de União dos Palmares, esse quilombo foi o maior e mais famoso do Brasil, e ao defendê-lo Zumbi deixou sua marca na história como um herói que lutou pela dignidade do nosso povo. Junto com ele morreram vários negros rebelados contra a injustiça da escravidão e a eles rendemos homenagem como bravos brasileiros que foram, pois, recusando obediência à tiraria que reinava nas senzalas, construíram pequenas ilhas de liberdade na floresta, fora do alcance do açoite daqueles que se diziam seus donos.
Não podemos, portanto, esquecer que os quilombos foram mostras da dignidade de uma raça oprimida e subjugada pelos brancos que colonizaram o Brasil. Devemos pensar nos quilombos com o orgulho de um povo que teve nesses negros rebeldes um exemplo da altivez que não se curva à tirania nem à opressão.
Fomos oprimidos junto com os negros escravizados, pois o que antes era africano, hoje já não é mais. É tudo brasileiro. O que era escravo, já não é mais. Hoje somos apenas um povo, formado por essas três etnias: índios, negros e brancos. A miscigenação já misturou em nós o sangue dessas três raças, e se esquecermos que somos apenas brasileiros, continuaremos tratando os negros e índios remanescentes da nossa história com o mesmo racismo e arrogância dos nossos ancestrais portugueses.
Enfim, não somos uma nação europeia. Não somos uma nação negra. Não somos uma nação indígena. Somos uma nação brasileira, que é feita desses três povos, e se perseguirmos parte do que somos, só podemos dizer que somos loucos, pois quem persegue a si mesmo só pode ter perdido o juízo.
Enquanto nação miscigenada, não apenas por essas três raças, mas também por imigrantes vindos de várias partes do mundo, somos um povo único no planeta. Disso podemos nos orgulhar, pois aqui se uniram populações de diversas origens para formar uma só. Enquanto brasileiros, temos que respeitar cada país que contribuiu para a formação da nossa cultura. Além dos índios, africanos e portugueses, tivemos grandes levas de imigração japonesa, alemã, italiana, libanesa, judia, polonesa, holandesa e tantas outras. Aqui todos esses povos, com suas culturas e religiões diferentes, foram aceitos e integrados, e hoje somos uma civilização multirracial, rica na sua diversidade e da qual só podemos nos orgulhar. No entanto, para que não venhamos a nos envergonhar no futuro de termos exterminado totalmente a cultura remanescente dos nossos ancestrais negros e índios, devemos deixar que os quilombolas e povos indígenas vivam em paz em suas terras tradicionais. É protegendo esse patrimônio cultural vivo da nossa história que remediaremos as injustiças cometidas contra eles no passado.

Leia também:

 Assista ao documentário “Brejão dos Negros: Memória e Identidade”

  campanha contra o racismo

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal  que coordena ações de defesa dos direitos constitucionais do ser humanos, está apoiando o documento "Dez maneiras de contribuir para uma infância sem racismo", que traz orientações sobre como identificar, evitar e combater atitudes e ações discriminatórias e racistas.

O material integra a campanha nacional sobre o impacto do racismo na infância - realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com entidades governamentais e a sociedade civil. (http://www.infanciasemracismo.org.br/)

Lançada pelo Unicef em novembro de 2010, a campanha busca disseminar nas escolas, nas comunidades religiosas e na sociedade em geral a necessidade de se combater as práticas racistas, sobretudo na formação das crianças e adolescentes.

10 maneiras de contribuir
1. Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento.

2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer.

3. Não classifique o outro pela cor da pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.

4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente.

Toda criança tem o direito de crescer sem ser discriminada.

5. Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa no conselho tutelar, nas ouvidorias dos serviços públicos, na OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos.

6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar.

7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnico-racial.

8. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.

9. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.

10. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura.
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Viva a diferença

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Alex e RafinhaUma das maiores riquezas do Brasil é a diversidade. O respeito às muitas etnias e culturas que existem no nosso país é um direito e, ao mesmo tempo, um dever de todos.
Índios, quilombolas, negros, ciganos, portadores de deficiências físicas ou mentais, todos têm direitos, e o MPF trabalha para que eles sejam respeitados.

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Informações retiradas

O que é música?

 A música está intimamente ligada às tradições e à cultura das sociedades na história. Compreender esta linguagem é chave para construir a sensibilidade 
 No dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o termo música é definido como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras que variam conforme a época e a civilização. No âmbito da Educação Musical, contudo, a música deve ser entendida como linguagem artística, imprescindível para a formação humana dos alunos. As composições, interpretações e improvisações que comumente chamamos de "músicas" são, na verdade, produtos desta linguagem.

Aprender música na escola significa, portanto, aprender a se expressar por meio dos sons e desenvolver habilidades como o canto, a execução instrumental, a audição e a improvisação sonora. O desafio, agora, é considerar toda essa diversidade da produção musical brasileira e mundial (que está em discos, filmes, na internet, nas canções, ou no som puro da voz e dos instrumentos) e leva-la para a sala de aula de maneira planejada

 Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte, para que a aprendizagem de música faça sentido na formação cultural e cidadã dos alunos desde as séries iniciais, é necessário que todos tenham oportunidades para participar ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores de sequências rítmicas, dentro e fora da sala de aula. Diz o documento: "A escola pode contribuir para que os alunos se tornem ouvintes sensíveis, amadores talentosos ou músicos profissionais. (...) Ela pode proporcionar condições para uma apreciação rica e ampla, onde o aluno aprenda a valorizar os momentos importantes em que a música se inscreve no tempo e na história".

A música já é um conteúdo obrigatório em toda a Educação Básica, ministrado por professores especialistas ou unidocentes. É o que determina a Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, que acaba de entrar em vigor. Cabe aos educadores organizar as aprendizagens fundamentais da linguagem musical para que os alunos construam conhecimento crítico e sensível, para além da vivência de jogos musicais e das aprendizagens da escrita musical - que, evidentemente, integram um bom planejamento do ensino de música até o final do Ensino Fundamental.

A especificidade do trabalho no 1º e 2º anos

Percepção e apreciação são palavras chave para o trabalho com o 1º e o 2º anos. Nas séries iniciais, as crianças percebem a música enquanto linguagem. Isso significa desenvolver a percepção auditiva com relação aos elementos básicos da linguagem musical: o pulso, o ritmo, o compasso e as notas musicais (veja o significado desses termos no glossário). Para isso, é fundamental trabalhar com a turma os quatro parâmetros do som: intensidade (sons fortes e fracos); timbre (que permite distinguir sons em uma mesma frequência ou em uma mesma intensidade - o som do violão é diferente do violino, por exemplo); altura (sons graves e agudos) e duração (sons lentos e rápidos).

Nessa fase, ofereça aos alunos diferentes experiências e coloque as crianças em contato com o nosso patrimônio musical. Atividades para ouvir e cantar cantigas de roda, temas do folclore nacional, internacional e clássicos da canção popular não podem faltar no planejamento. São momentos importantes para a formação do gosto e a construção do repertório dos alunos.


A música evoca o sensível, as impressões. A formação musical dos alunos implica prepará-los para perceber a música (e o mundo) como manifestação da cultura e das potências humanas
Crianças ouvem música tocada pelo professor
A música, quando entendida como linguagem sonora, possui um "vocabulário" que é constantemente construído por diferentes sociedades, em diferentes épocas e lugares. Essa linguagem - que é uma linguagem artística - é o que nos permite compreender, muitas vezes, aquilo que a linguagem da fala não consegue explicitar. A música evoca nossos sentimentos, nossas impressões a respeito das coisas e sobre o nosso "estar no mundo". E é fundamental ter isso em mente quando for planejar as atividades de música na rotina da escola.

Fazer a formação musical das crianças, isto é, musicalizá-las, conforme o jargão da área, é desenvolver os instrumentos de percepção necessários para que os alunos tornem-se sensíveis à música. Mais do que isso: quando planejamos um jogo, uma brincadeira musical ou uma atividade com instrumentos de percussão, para que a criança entenda o que é o ritmo, por exemplo, queremos, adiante, que ela seja capaz de criar sentido para aquilo que ouve. Podemos ir ainda mais além: queremos que este aluno consiga expressar-se por meio da linguagem musical - seja pela produção de sequências sonoras, seja pela apreciação e julgamento crítico daquilo que ouve.

Um pouco de teoria


Para o compositor e maestro alemão, Hans-Joachim Koellreutter (1915-2005), que viveu no Brasil por longos anos e contribuiu para a formação de grandes nomes da nossa música, como Tom Jobim, Guerra Peixe, Marlos Nobre e o maestro Isaac Karabtchevsky, o objetivo do processo de Educação musical é o sensível, o que torna cada um de nós "humanos". Ele diz:

"Na sociedade moderna, a arte torna-se um meio de preservação e fortalecimento da comunicação pessoa a pessoa e de sublimação da melancolia, do medo e da desalegria. (...) Somente um tipo de Educação musical é capaz de fazer justiça à situação que acabo de descrever: aquele tipo de Educação musical não orientado para a profissionalização de musicistas (do músico), mas aceitando a Educação musical como meio que tem a função de desenvolver a personalidade do jovem como um todo, de despertar e desenvolver faculdades indispensáveis ao profissional de qualquer área de atividade, ou seja, por exemplo, as faculdades de percepção a apercepção; as faculdades de comunicação; as faculdades de concentração (autodisciplina), de trabalho em equipe, ou seja, a subordinação dos interesses pessoais aos do grupo; as faculdades de discernimento, análise e síntese, desembaraço e autoconfiança, a redução do medo e da inibição causados por preconceitos, o desenvolvimento da criatividade, do senso crítico, do senso de responsabilidade, da sensibilidade de valores qualitativos e da memória e, principalmente, o desenvolvimento do processo de conscientização de tudo, base essencial do raciocínio e da reflexão, em nosso tempo".

Música, cultura e repertório


É importante que as crianças entendam a música como uma modalidade artística de expressão das sociedades em diferentes épocas e lugares

O contato com a música é imprescindível desde os primeiros anos da Educação Infantil. A partir do 1º ano do Ensino Fundamental, no entanto, é possível propor que as crianças comecem a compreender a música enquanto linguagem dotada de sentido, uma forma de expressão dos povos em diferentes épocas e lugares.

Por isso, no trabalho com as séries iniciais é fundamental que se apresentem obras de diversos artistas e gêneros, produzidas em períodos distintos da história - desde a música barroca, por exemplo, até as canções do nosso folclore regional, parlendas e cantigas de roda. A formação do repertório (que influi diretamente na construção do gosto da criança) passa pela audição de músicas dos mais diferentes tipos, pela experimentação de apresentações musicais e artísticas de comunidades e pela apreciação da produção musical de diferentes regiões do país, consideradas em sua diversidade.

Nas séries iniciais, as crianças precisam se familiarizar com diferentes ritmos e estilos e compreender a importância da música para as civilizações. Por isso, você deve colocar a turma em contato com diferentes fontes de registro e preservação da produção sonora, como as partituras e os discos, por exemplo. É essencial que as crianças conheçam os recursos disponíveis para ter acesso e divulgar a música em diferentes espaços.

Outro ponto importante é propor situações para que, até o final do 2º ano, os alunos possam reconhecer a forma, o som e algumas características comuns aos diferentes instrumentos. Abra espaço nas aulas para que as crianças tragam as músicas e os instrumentos que conhecem. Uma boa atividade é montar um painel na sala com as imagens dos instrumentos, agrupados pelas famílias - cordas (violino, viola, violoncelo, contrabaixo), madeiras (flautas, oboés, fagotes), metais (saxofone, trompete, trompa, trombone) e percussão (chocalhos, tambores, triângulos, xilofones) - ou pelo som - instrumentos de som grave e de som agudo, por exemplo.

Usar instrumentos de verdade nas aulas também é muito importante. Mesmo que você não saiba tocá-los, você pode convidar um músico para ir à escola fazer uma demonstração. Outra alternativa é usar discos que mostrem o som dos instrumentos.

Vale lembrar: as aulas de música, mesmo quando ministradas pelo professor unidocente, não devem ser pautadas apenas pelas canções de comando, como "meu lanchinho, meu lanchinho...", ou pelas datas comemorativas. É preciso que as crianças compreendam a importância da linguagem musical para a expressão humana.
Quando ensinar


Apreciação e audição


Ouvir atentamente é imprescindível para interpretar e viver a experiência estética da música

Ouvir muita música para aprender música. Este é um princípio fundamental. Segundo o educador musical inglês, Keith Swanwick, apreciar uma música não é algo que sabemos desde sempre, não é instintivo. Precisamos educar nossos ouvidos para a apreciação. À medida que aprendemos a escutar, nossa experiência com a linguagem musical se torna cada vez mais rica, pois aprendemos a interpretar a intencionalidade de cada artista em uma composição e, depois, passamos a desenvolver nosso próprio potencial criativo para nos expressarmos por meio da música (como veremos adiante, no item 3.4 Improvisos e composições).

Se na Educação Infantil, o foco das atividades em música é a experimentação - as brincadeiras e o reconhecimento dos sons -, as séries iniciais são o momento mais apropriado para aprofundar a audição dos alunos e apresentar a eles diferentes repertórios - da produção regional, nacional e internacional, em diferentes períodos da história. Até o final do 2º ano espera-se que as crianças sejam capazes de reconhecer diferentes sons (os barulhos na sala de aula, os sons dos objetos, diferentes timbres de voz, o som dos instrumentos etc.) e já consigam discutir, com alguma propriedade, o que pode e o que não pode ser classificado como "música".

O eixo apreciação trata desse contato dos alunos com o patrimônio musical da humanidade. Por isso, ao longo das aulas de música, é fundamental que eles possam assistir a algumas apresentações ao vivo (de grupos folclóricos regionais ou uma performance sua com instrumentos, por exemplo) e conheçam diferentes gêneros musicais, apreciados em som e em imagens (os alunos podem assistir, em vídeo, a trechos de uma ópera ou de um show de rock, por exemplo). O importante é que todos compreendam que, para aproveitar a experiência estética e sensível que a música proporciona, a audição não pode ser despreocupada, despropositada. Ela tem de ser atenta - e você é o responsável por oferecer caminhos para que os alunos se desenvolvam nesse sentido.

Uma boa atividade é fazer com que, ao longo das audições, as crianças façam relações entre a linguagem musical e a escrita musical. Isso não significa que você terá que ensinar notação musical aos alunos - primeiro eles precisam entender por que precisam das notas, depois porque este não é um aprendizado essencial nas séries iniciais - mas você pode combinar escritas com a turma: desenhar uma sequência rítmica de bolas e quadrados, por exemplo, em que as bolas pintadas indicam silêncios, as bolas sem preenchimento significam uma palma e os quadrados indicam duas batidas seguidas com os pés no chão.

As atividades de audição e apreciação também devem ser compartilhadas pela turma: organize momentos na rotina para que os alunos comentem as emoções que cada música evocou e possam associar essas sensações a aspectos reais da obra escutada. Você deve orientar as crianças, oferecendo informações sobre a história da música e o contexto de produção do artista.

Quando ensinar

Percepção de variações sonoras


Identificar os elementos da linguagem musical é um dos objetivos do trabalho no 1º e 2º anos

Antes de aprender a compor ou a se expressar por meio dos sons, as crianças precisam compreender alguns conceitos da chamada teoria musical. Entender as noções de forma e gênero musical, assim como os elementos desta linguagem - o pulso, o compasso, o ritmo, as notas musicais - são conhecimentos essenciais para que os alunos se desenvolvam. A esse eixo damos o nome de percepção.

Isso não significa que as aulas de música devam ser planejadas apenas como aulas expositivas de teoria. Pelo contrário. Segundo a educadora musical Maura Penna, "musicalizar é desenvolver os instrumentos de percepção necessários para que o indivíduo possa ser sensível à música, apreendê-la, recebendo o material sonoro/musical como significativo". Em outras palavras, nunca perca de vista os objetivos pedagógicos de cada uma das atividades propostas para a turma - vale lembrar que as aulas de música não podem ser confundidas com momentos de recreação. No entanto, utilizar jogos e brincadeiras musicais é uma boa estratégia para ensinar os conceitos básicos da linguagem musical - quando as crianças usam chocalhos para marcar o pulso de uma canção, quando cantam ou usam o corpo como instrumento (veja mais sobre os improvisos e composições no item 3.4) - estão aprendendo noções elementares que serão cruciais para o aprendizado de música nos anos seguintes do Ensino Fundamental.

Até o final do 1º ano, as crianças devem dominar os conceitos relacionados às variações de altura (sons graves e agudos), intensidade (sons fortes e fracos), duração (sons lentos e rápidos) e timbre (as distinções de sons que estão em uma mesma frequência ou intensidade) - os chamados quatro parâmetros do som. Nesse período, não se preocupe em ensinar a notação musical para as crianças. Explore jogos como, por exemplo, "morto-vivo", em que as crianças levantam quando escutam sons agudos e abaixam quando escutam sons graves; cante muito com os alunos; de preferência, toque instrumentos de verdade com eles - piano, violão, flauta doce ou instrumentos de percussão disponíveis na escola; organize brincadeiras de roda e associe à música a outras linguagens, como a da dança, por exemplo.

No 2º ano, você pode explorar melodias mais complexas no canto, pois a turma já será capaz de acompanhar as letras das canções. A voz carrega muitos elementos da linguagem musical.

Dicas para as atividades de percepção das variações sonoras 


- Quando for cantar, procure usar um tom de voz suave e não muito grave, pois nessa fase, a voz das crianças tende ao agudo. Também evite usar expressões como "cantem mais alto", porque isso costuma levar às crianças a gritar e o que queremos é, justamente, que elas percebam o limite entre música e barulho.

- Proponha jogos de "maestro e orquestra" com as crianças, em que gestos corporais combinados com o grupo determinam o ritmo do que deve ser cantado ou tocado. Primeiro, você faz às vezes de maestro e depois propõe uma troca com os alunos para que cada um deles exerça essa função e comande os movimentos e sons produzidos pela turma.

- Explore os sons dos objetos da sala de aula: os sons da batida de um lápis no metal das carteiras é mais grave ou mais agudo que o som da batida das mãos na madeira da porta?

- Sempre que trabalhar com instrumentos, especialmente os de percussão - triângulos, clavas, chocalhos, caxixis, tambores etc. -, faça uma roda com os alunos. Assim, fica mais fácil para que eles percebam como devem manusear os instrumentos e para que possam ouvir uns aos outros.

- Leve em conta o que as crianças já sabem para ampliar o repertório da turma e procure saber que instrumentos elas já conhecem. Sempre que possível, utilize instrumentos de verdade nas aulas. Caso contrário, faça com que os alunos tenham acesso a gravações com o som dos instrumentos. Para trabalhar os conceitos de forte/fraco, grave/agudo e lento/rápido, você também pode construir alguns dispositivos sonoros, como veremos a seguir.

Construção de dispositivos sonoros 

Ter instrumentos de verdade na escola é um passo fundamental para que se elabore um bom projeto de formação musical dos alunos. Em 2010, o Ministério da Educação (MEC) distribuiu kits com instrumentos musicais para mais de 1800 escolas públicas, com recursos do programa Mais Educação. Caso sua escola ainda não tenha sido contemplada, informe-se com o diretor escolar ou com as Secretarias de Educação sobre os procedimentos indicados para solicitar os instrumentos.

Mas, é possível construir com os alunos dispositivos sonoros, cujo objetivo é demonstrar os quatro parâmetros do som. Trabalhe com esses objetivos propondo algumas sequências rítmicas.

Chocalhos feitos com garrafas pet ou latas e diferentes tipos de grãos (como arroz, feijão ou grãos de areia) servem para demonstrar sons mais graves ou mais agudos; tambores de lata ou feitos com galões de água, recobertos com pedaços de feltro ou bexigas, também geram variações sonoras interessantes. Um par de clavas pode ser construído com pedaços de um cabo de vassoura ou duas colheres de pau que devem ser batidas uma contra a outra, para trabalhara a noção de pulsação (o pulso, a "batida" da música). Os alunos podem, ainda, produzir uma baqueta ao colocar uma borracha ponteira no lápis. 


Improvisos e composições

Nas séries iniciais a voz e o corpo são os principais instrumentos de aprendizagem

No 1º e no 2º ano os alunos precisam compreender a música enquanto linguagem dotada de sentido e capaz de evocar as nossas emoções. Por isso, as ações de produção musical - tocar, cantar, compor, improvisar, dançar conforme a música - são imprescindíveis no planejamento das aulas dessa modalidade artística.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, "nas produções musicais em sala de aula, é importante compreender claramente a diferença entre composição e interpretação. Numa canção, por exemplo, elementos como melodia ou letra fazem parte da composição, mas a canção só se faz presente pela interpretação, com todos os demais elementos: instrumentos, arranjos, características interpretativas, improvisações etc.". Para que o aluno consiga expressar elementos da linguagem musical, portanto, ele precisa tomar diferentes interpretações como referência, e precisa de tempo para se desenvolver por meio delas, até que adquira condições para incorporar a canção com todos os seus elementos. Espera-se com isso que as crianças consigam, progressivamente, traduzir simbolicamente realidades interiores (impressões, emoções, sensações) por meio da música.

Ou seja, para que consigam compor sequências rítmicas, interpretar canções ou até mesmo improvisar sobre elas, é necessário que as crianças entrem em contato com um vasto repertório musical, de diferentes épocas e lugares; consigam apreciar as músicas que escutam e percebam os elementos que estruturam os sons na música.

A professora Vivian Agnolo Barbosa, da Alecrim Dourado Formação Musical, em Curitiba, indica a elaboração de jogos musicais cumulativos para trabalhar a improvisação com os alunos: sentados em roda, os alunos devem eleger um colega para começar o jogo. Este aluno deve, então, criar uma pequena célula rítmica e executá-la usando o corpo (bater duas palmas, por exemplo). A próxima criança na roda deve repetir o ritmo elaborado pelo colega e acrescentar a ele uma nova célula rítmica. O jogo segue até que todos os alunos da roda ampliem a sequência rítmica e consigam executá-la. O seu papel é orientar as crianças, e propor desafios que estimulem a criatividade.

As atividades de canto também estão presentes na rotina. Para além das canções ensaiadas para as datas comemorativas, explore com os alunos o repertório de cirandas, parlendas, músicas do folclore regional e do repertório popular brasileiro. No 1º ano aposte em melodias simples e em letras que possam ser facilmente decoradas pelos alunos. No 2º ano, você pode propor canções com letras mais longas e melodias mais complexas. Com os conceitos de grave/agudo, lento/rápido e fraco/forte bem fixados, proponha interpretações com a voz e com o corpo (bater palmas, estalar os dedos, bater os pés do chão etc.) que explorem, também, nuances entre esses elementos - os sons meio fortes, ou meio fracos, por exemplo.

Por fim, as composições também podem ser feitas por meio de escritas combinadas - uma sequência de círculos, triângulos e quadrados, por exemplo, em que círculos representam duas palmas, triângulos representam um pulso da sequência em silêncio e quadrados indicam a repetição de uma frase cantada. Isso faz com que as crianças comecem a compreender por que precisam das notas e qual a lógica da notação musical formal - que será trabalhada somente a partir 3º ano, quando as crianças começam a trocar as ações musicais feitas com a voz e com o corpo, para a produção musical em instrumentos cada vez mais complexos (como a flauta doce, por exemplo).

Quando ensinar



Quando ensinar?


Atividades de audição, percepção e experimentação de sons não podem faltar no seu planejamento

Uma boa aula de música para os alunos do 1º e 2º anos inclui atividades de audição, percepção das variações sonoras e de produção musical (cantar, tocar, compor sequências rítmicas, improvisar sobre temas, relacionar música e dança etc.). É como uma espécie de tapeçaria, com o maior número possível de atividades, que possam ser organizadas adequadamente, formando uma trama perfeita, sem perder o fio condutor. Para a professora Ana Elisa Medeiros, das escolas Aubrick e See-Saw, em São Paulo, o trabalho com música deve ser realizado por pelo menos meia-hora durante duas vezes por semana. "Se as aulas forem realizadas apenas uma vez na semana, as crianças acabam esquecendo a letra das canções aprendidas na aula anterior e alguns dos combinados propostos", explica.

Na hora de planejar as aulas, além de partir do que as crianças já sabem a respeito da linguagem musical, é importante que você pense em como ampliar o repertório dos alunos, estimulando-os a fazer uma audição cada vez mais crítica das obras.

Os professores Vivian Agnolo Barbosa e Tiago Madalozzo, da Alecrim Dourado Formação Musical, em Curitiba, propõem que as aulas sejam estruturadas com uma atividade introdutória de saudação, seguidas pelas atividades de desenvolvimento (focadas nos conteúdos que se deseja ensinar). Para concluir, é possível propor algumas atividades de audição e uma despedida, que marca o fim da aula. Este "modelo" de organização pode te ajudar a planejar suas aulas  e foi criado de acordo com um estudo desenvolvido pelo grupo de professores responsáveis pelo projeto de Musicalização Infantil da Universidade Federal do Paraná.

A introdução consiste nas atividades de saudação e "limpeza de ouvidos": a aula pode começar com canções que evoquem os nomes dos alunos da turma ou temas cotidianos, para que a turma se concentre, aos poucos para o que virá a seguir. Você pode cantar para chamar a atenção das crianças, fazer com que elas cantem junto ou propor a audição de uma música tranquila.

Em seguida, temos o desenvolvimento da aula priopriamente dita: aqui entram as atividades de audição ativa (que ajudam a formar o gosto, ampliar o repertório e o senso crítico dos alunos); a apreciação de obras musicais de diferentes épocas e lugares; as atividades de percepção; a percussão corporal e com instrumentos; a apresentação de instrumentos musicais e da escala musical; a dança e as atividades de produção sonora, como o canto, por exemplo. Nem todas as atividades têm de acontecer em uma só aula. Você deve planejar de acordo com os objetivos que deseja alcançar com a turma. Não esqueça de oferecer às crianças, informações sobre a história da música no decorrer das aulas.

Para concluir, é importante propor atividades que sinalizem o término da aula, pois muitas vezes as crianças participam de jogos musicais e realizam atividades de produção sonora que as deixam eufóricas. Por isso, você pode propor uma atividade de relaxamento, com a audição de uma música tranquila, e todos podem cantar (ou ouvir) uma canção de despedida, que pode ser combinada com a turma.

O que ensinar?

Música, cultura e repertório
Apreciação e audição
Percepção de variações sonoras
Improvisos e composições (com a voz, com o corpo e com os instrumentos)



Planos de aula

Trabalhe os conteúdos relacionados à percepção das variações sonoras e à apreciação musical

Os planos de aula servem para apresentar um novo conteúdo aos alunos ou dar ênfase especial a um conteúdo que possa ser trabalhado em sua totalidade em um dia letivo. Atividades envolvendo a apresentação da escala musical, a percussão com o corpo e com os instrumentos, os contornos melódicos (as diferenças entre o canto e a fala, por exemplo), o canto propriamente dito e a execução de instrumentos musicais são boas sugestões para o seu planejamento.

Lista de planos de aula 

5.3.1 Como apresentar música erudita para a turma com o filme "O segredo de Beethoven"  

O que trabalha História da música; música, cultura e repertório; música clássica; apreciação de obras de diferentes épocas e lugares. 

5.3.2 Atividade de percepção sonora com o filme "O som do coração"

O que trabalha Audição; percepção das variações sonoras; sons do cotidiano.

Avaliação

 Até o final do 2º ano os alunos adquirem competências para desenvolver a percepção e a expressão por meio da música 
Bater palmas no ritmo da música enquanto cantamos "Parabéns a você" é uma atividade que as crianças aprendem desde muito cedo. A grande questão do trabalho de formação musical nas séries iniciais é fazer com que as crianças percebam esse "bater palmas" como parte da estrutura de uma linguagem dotada de sentido - a linguagem musical. Para os educadores musicais Ricardo Breim e Hermelino Neder, da Escola Vera Cruz, em São Paulo, a aprendizagem da música como linguagem "é a única alternativa capaz de justificar a sua presença como inquestionável e insubstituível em uma formação integral do ser humano". 
Com base no diagnóstico inicial de cada aluno - o que eles já sabiam a respeito da música no início do ano, as canções que sabiam cantar, o repertório que tinham, os instrumentos que conheciam etc. - observe se os alunos compreenderam os elementos básicos da estrutura sonora (o ritmo, o pulso, as notas musicais) e se eles são capazes de reconhecer os quatro parâmetros do som (altura, intensidade, timbre e duração). Esses são os primeiros passos para que consigam desenvolver uma audição cada vez mais ativa e para que possam expressar-se por meio da música. 
Analise o desenvolvimento dos alunos ao longo das vivências musicais propostas nas aulas, de acordo com a forma como passam a julgar as obras que escutam; pela participação nos jogos musicais e nas apresentações da turma; e pela forma como organizam e produzem sequências sonoras (improvisadas ou combinadas com o grupo). Tenha em mente que o principal conteúdo da linguagem musical é o próprio sentimento, são as impressões e as emoções das crianças. 
Para uma observação mais detalhada dos avanços da turma, você pode gravar algumas aulas em áudio ou vídeo, ou ainda, construir um portfólio com as atividades desenvolvidas pelos alunos ao longo do ano (as escritas combinadas, as composições, as fotografias das atividades que envolvem a execução de instrumentos e o canto etc.). 
Leve em conta, também, o planejamento das suas aulas. Elas têm uma estrutura bem definida, com objetivos claros e apresentados para os alunos? Há momentos para que as crianças tenham a oportunidade de cantar, dançar, tocar instrumentos e ouvir obras que contribuam para a formação do gosto musical e a ampliação do repertório? Você trabalha com diferentes agrupamentos da turma ao longo das atividades - atividades individuais, em pequenos grupos ou em uma roda com a turma toda? É imprescindível que as aulas agreguem experiências e aprendizagens aos alunos e é a sua experiência em sala que vai determinar o momento certo de passar de uma atividade à outra. 
Sempre que necessário, retome as expectativas de aprendizagem explicitadas nesse roteiro no item 3 (o que ensinar). Os conhecimentos adquiridos pelas crianças até o 2º ano são fundamentais para que, nas séries seguintes, elas consigam se expressar pela música de formas cada vez mais criativas, tenham uma percepção aguçada dos elementos musicais e, assim, estejam preparadas para aprender a notação musical formal, que está ligada à possibilidade de execução de instrumentos cada vez mais complexos.

7. Inclusão   

7.1 Deficiência visua  

7.2 Deficiência auditiva 

7.3 Deficiência física  

7.4 Deficiência intelectual 

FLORES





Canto Das Três Raças

Clara Nunes

Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor
















































































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