Na alfabetização inicial
O que é: A turma forma
uma roda, e o professor lê em voz alta textos literários, jornalísticos, regras
de jogos etc. Os gêneros devem variar para que o repertório se amplie. Além de
contos de fadas, valem notícias que tratem de algum assunto de interesse de
crianças. Também é imprescindível garantir a qualidade do material à disposição
da meninada.
Quando propor: Diariamente.
O que a criança aprende: Os usos e as funções da escrita, as características que distinguem
os gêneros e as diferenças entre o oral e o escrito. Ela se familiariza com a
linguagem e os elementos dos livros (que contam histórias), dos jornais (que
trazem notícias) e dos textos instrucionais (que incluem regras de jogos ou
receitas culinárias).
Na continuidade
O que é: Leitura
de livros literários mais longos (podem ser selecionados capítulos inteiros,
por exemplo) e textos informativos mais complexos. O objetivo é que a turma
construa uma compreensão coletiva de cada obra.
Quando propor: Diariamente.
O que a criança aprende: Características de textos mais difíceis e de diferentes gêneros.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/mais-letras-423903.shtml
A
cigarra e a formiga (A formiga boa)
Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé do formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas, Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.
A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu – tique, tique, tique...
Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
- Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.
- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
A formiga olhou-a de alto a baixo.
- E que fez durante o bom tempo que não construí a sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse.
- Eu cantava, bem sabe...
- Ah!... exclamou a formiga recordando-se. Era você então que cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
- Isso mesmo, era eu...
Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.
Do
livro Fábulas, Monteiro Lobato, 1994.
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